Credito: ebdadolescentes.blogspot.com.br |
Inicio uma série de postagens, já programadas, que compõem o texto de uma conferência que venho ministrando há alguns anos em diferentes congressos de Escola Dominical. Minha intenção, ao disponibilizá-la "in totum", é contribuir para que seja uma ferramenta aos que buscam aprimorar a EBD como a melhor estratégia de ensino a igreja.
Introdução
Pensar a Escola Dominical é de
extrema importância para que se perceba a sua atualidade face aos projetos
alternativos que, hoje, são oferecidos às igrejas como se fossem a descoberta
da pólvora e aquela estivesse já ultrapassada. De uns tempos para cá, o que
mais se destaca no ambiente evangélico, como método eficiente de evangelização,
ensino e comunhão, são os chamados “pequenos grupos”, não importa o nome que tenham,
enquanto a Escola Dominical é desprezada e até mesmo suprimida da estrutura da
igreja.
Mas seria a Escola Dominical, de
fato, um instrumento já arcaico? Estaria ela esgotada como modelo para o
crescimento integral da Igreja? Estaria ela fadada a ser apenas um apêndice, e
não parte vital do dia-a-dia da fé? Que falhas estariam sendo cometidas,
produzindo essa visão distorcida a respeito, que colocam a Escola
Dominical no “museu” das tradições
evangélicas? Se existem falhas, como corrigi-las? É através de perguntas como
as que acabam de ser feitas, que poderemos chegar a uma boa conclusão acerca do
tema que me foi proposto.
O que motivou a criação da Escola Dominical – relembrando os seus
passos
Todos os que lidam com o ensino
na Igreja conhecem as origens da Escola Dominical, lá atrás, com Robert Raikes.
Como nossa intenção, aqui, não é histórica, quero apenas ressaltar o que o
motivou a lançar mão deste projeto que se tornou o maior programa de ensino da
Igreja através dos tempos. Seu alvo era alcançar as crianças marginalizadas e
lhes oferecer ensino que, ao mesmo tempo, proporcionasse a elas uma boa
formação e também as retirasse das ruas, onde acabariam sendo transformadas em
perigosos bandidos.
Com o passar do tempo, algo que
se iniciou de maneira espontânea e até sob certa oposição de segmentos da
Igreja, tomou vulto e passou a ser parte da estratégia evangélica para alcançar
todas as faixas etárias, inclusive os adultos, com a disseminação do ensino
bíblico. Muitos pastores de nossas igrejas tiveram o seu alicerce bíblico nas
classes de Escola Dominical que frequentaram desde quando eram crianças. Eles
ainda hoje se lembram de suas professoras e de quanto elas foram importantes
para o seu crescimento espiritual.
Hoje, à exceção de boa parte das
igrejas neopentecostais e de algumas outras históricas que estão em busca de
novas alternativas, a Escola Dominical é ferramenta indispensável para que os
princípios imutáveis da Palavra de Deus sejam difundidos, alcancem todos os
membros, contribuam para dar uma sólida formação espiritual, moral e social aos
alunos e criem profundos alicerces doutrinários à prova de todo vento de
doutrina. Ela já deu mostras de sua robustez, seus propósitos e resultados ao
longo da história. A Escola Dominical não precisa provar nada. Ela, em si, já é
um testemunho de sua importância.
A Escola Dominical sob ataque – uma reflexão sobre o seu “modus
operandi”
Nos últimos anos, todavia, o
ataque à Escola Dominical como ferramenta indispensável à Igreja tem aumentado
gradativamente à medida que novos modelos surgem no meio evangélico, sobretudo
aqueles que valorizam os chamados “grupos pequenos”. Diz-se que a Escola Dominical é um modelo
arcaico, esgotado, que não supre as necessidades do homem pós-moderno.
Afirma-se que é preciso substituí-la por um programa mais eficiente e dinâmico,
que preencha também outras áreas nas quais ela não estaria sendo eficaz.
Argumenta-se que a Igreja precisa estar aberta ao novo e reciclar sempre a sua
metodologia para continuar sendo vanguarda no mundo de hoje. Quanto a este
último argumento, diga-se de antemão, é óbvio que não se pode desprezar o novo
pelo simples fato de representar uma novidade, mas nem tudo o que é novo tem
legitimidade ou representa, de fato, uma opção válida. É preciso ter senso crítico
para discernir o bom do ruim.
No entanto, em que pesem essas
afirmações, elas ocorrem não porque a Escola Dominical tenha perdido o seu
potencial como agência de ensino da Igreja ou não seja mais adequada para
atender as demandas da atual conjuntura. O que produz então esse tipo de
rejeição, apesar de todos os avanços? É
o modo como se presume a Escola Dominical, a forma como é tratada na vida de
muitas igrejas locais, a negligência em perceber o quanto ela é o melhor
instrumento da Igreja para chegar-se aos membros e a falta de investimento
maciço em sua estrutura. Veremos, na próxima postagem, alguns fatores de desestimulo para uma boa Escola Bíblica Dominical.
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