Eleições, governo, Silas Malafaia, Marina Silva: o que fazer neste domingo?

 Ainda em alusão às eleições deste domingo, para tornar ainda mais claro o que penso sobre o nosso papel enquanto cristãos, gostaria de acrescentar os seguintes pontos:

1. Deus é soberano e dispõe as coisas em qualquer circunstância da maneira como bem lhe aprouver, inclusive com intervenções sobrenaturais, se preciso for.
2. Em sua soberania, por outro lado, Deus estabeleceu padrões muito claros em todas as áreas da vida, entre eles o de que o mundo seria governado pelo homem. ¨Dominai a terra¨, disse ele a Adão.
3. Embora Adão tenha pecado, o que Deus estabeleceu no início da criação continuou como norma para toda a civilização humana.
4. Essa norma não é apenas para os não-evangélicos. Também não é apenas para os evangélicos. É para todos.
5. À exceção de suas intervenções sobrenaturais ou de sua não-interferência soberana, Deus sempre se utilizou do homem, através da história, para cumprir os seus propósitos.
6. À luz do exposto, é nosso dever, sim, conscientizar de maneira correta o povo para que saiba fazer boas escolhas, independente da fé que os candidatos professem, bem como expor as falhas daqueles que nos governam (os acertos também), como fizeram os profetas do Antigo Testamento.
7. Como evangélicos, não podemos construir um mundo separado (gueto, para ser mais preciso) apenas para os que estão debaixo desse guarda-chuva. Não custa lembrar que o Senhor orou ao Pai, pedindo que não nos tirasse do mundo, mas livrasse-nos do mal. Assim, temos de conviver com o mundo como ele é: nele há bandidos, corruptos, bem como pessoas de bom caráter. Nosso dever é ser sal e luz nesse ambiente.
8. Em razão de Deus nos ter delegado tarefas primaciais na administração da terra, como já dito acima, tomamos sempre as medidas que nos cabem para que haja o mínimo de ordem e condições para a vida em nossas comunidades. Quem não o faz, omite-se de uma responsabilidade que é sua.
9. Uma dessas responsabilidades é proteger a nossa família e proporcionar segurança ao nosso lar. De igual modo, temos o dever de eleger aqueles que entendemos serem os mais preparados para governar o país. E Deus soberanamente usa o nosso ato para cumprir o seu propósito, seja pela não-interferência soberana, seja por sua vontade absoluta.
10. Dessa forma, o fato de o Senhor guardar a cidade, numa alusão ao Salmo 127.1, não exclui o nosso dever de, como bons sentinelas, vigiá-la bem. O texto em nenhum momento pressupõe a ideia de que se Deus está no controle não nos cabe fazer nada. Quando ele alude que a sentinela vigia em vão, se Deus não guardar a cidade, está pressuposta a sua necessidade. A passagem não prova, portanto, que devemos ¨deixar tudo como está para ver como é que fica¨.
11. É com este sentimento que cada cristão deve comparecer à seção eleitoral, neste domingo, para dar o seu voto.

Ressalto, ainda, que quanto aos argumentos usados pelo pastor Silas Malafaia para não votar em Marina Silva, como amplamente divulgado pelas redes sociais esta semana, deixo registrado que, além das razões já apresentadas na postagem em que tratei do tema, votaria nela também pelos motivos que ele apresenta para não dar o seu voto. 

Sou a favor do estado laico e, por isso, rigorosamente contra a que financie a fé de quem quer que seja. Não pode para os católicos. Não pode para os evangélicos. Sempre fui visceralmente contra feriados religiosos de qualquer segmento, inclusive o ¨Dia do Evangélico¨, que foi sancionado há algumas semanas pelo presidente Lula com fins exclusivamente eleitoreiros.

Apenas uma pergunta, para finalizar: de quem seriam compradas as bíblias do tal projeto que Marina engavetou: Central Gospel, CPAD, SBB, editoras católicas ou de outras editoras cristãs?