Depois do resultado inesperado do primeiro turno, em que Dilma Rousseff pretendia liquidar a fatura de uma vez (sem trocadilho, por favor), estamos agora sendo bombardeados pela turma do PT com o discurso de que os boatos trazidos ao debate eleitoral, insinuando que a candidata petista é favorável ao aborto, foram responsáveis pela sangria de votos para Marina Silva e José Serra. Eis aí outra inverdade que o partido, como de hábito, tenta empurrar goela abaixo do povo brasileiro. Quem trouxe o tema para a campanha foi Dilma Rousseff. A própria. Foi ela quem primeiro tratou do assunto logo nos primeiros dias do período eleitoral.
Vocês se lembram daquela reunião entre a candidata e líderes evangélicos, realizada em Brasília? Recordam-se que eles, sem que lhes déssemos qualquer procuração, hipotecaram em nosso nome apoio à sua candidatura? Foi no dia 24 de julho, com a presença de diversos expoentes do nosso meio, entre eles Robson Rodovalho e Manoel Ferreira, na sede da Convenção Nacional das Assembleias de Deus de Madureira. Ali, com o propósito de afinar o seu discurso com o pensamento predominante entre os evangélicos, Dilma afirmou: “Sou a favor da vida em todas as dimensões e em todos os seus sentidos". Na mesma oportunidade, os líderes esclareceram que a candidata se comprometera a não tomar nenhuma iniciativa sobre temas polêmicos, como o aborto, por exemplo, deixando que fossem discutidos no âmbito do Congresso.
Ou seja, o aborto não veio para a campanha por iniciativa alheia ou como fruto de boatos espalhados na internet. Para receber o propalado apoio, Dilma, ela mesma, repito, deu o ponta-pé inicial e contribuiu para que os eleitores cristãos pesquisassem para ver se a sua história de vida se coadunava com o discurso que ora apresentava a esse segmento do eleitorado. Não é preciso contar o resto, já de amplo domínio público, a não ser realçar que não adianta vender gato por lebre ou achar que os evangélicos não pensam. O sentimento bereiano está aí e, no que depender de mim, farei o que estiver ao meu alcance para que contagie ainda mais o povo cristão e não sejamos massa de manobra na mão de ninguém.
Esse foi um compromisso de fachada, como já discuti noutra postagem. É óbvio que todas as leis são discutidas e aprovadas no âmbito do Congresso. Dilma não fez nada demais com esse acordo fajuto. Com ou sem ele, a essência permanece a mesma. Mas por que teve ela de assumir publicamente essa posição? Simplesmente porque viria a público, no decorrer da campanha, suas outras afirmações devidamente documentadas em apoio à descriminalização do aborto. Simplesmente porque líderes evangélicos que faziam suas campanhas como candidatos apoiados na tese da defesa da vida desde a concepção tinham de justificar o seu apoio a uma candidata cuja política do governo que a apoia e do partido que a sustenta preconiza tese contrária - a descriminalização do aborto - a que eles defendem (ou defendiam?). Com a declaração da Dilma, podiam então dizer: "a nossa candidata pensa como nós". Foi isso.
Tal constatação me permite afirmar que é desespero, agora, o PT retirar o item do programa partidário. É hipocrisia a Dilma sair por aí discursando que sempre foi a favor da vida e contra o aborto, bem como afirmar-se como uma "beata" que frequenta a missa todos os dias. A sua história de vida revela outra realidade.
Definitivamente. Não foram os boatos que trouxeram o aborto para o debate. Foi a Dilma. Para tentar agradar os cristãos, ela mesma derramou o leite. Não venham agora tapear com a história de "Dilminha, paz e amor". Já não funciona.
6 comentários:
Caro Pastor Geremias,
O seu post coloca à lume uma prática da política: a dissimulação. Ora, a descriminalização do aborto é uma bandeira do PT, assim como o "combate à heterossexualidade". Aliás, como bem se sabe, essas são bandeiras das esquerdas, grosso modo.
Obviamente que agora, dada a repercussão negativa do fato, o PT, Dilma e cia, se vêem na contingência de mudar a sua "plataforma", suprimindo tais ítens da sua agenda política. A nós cristãos, creio eu, cabe intensificar mesmo o debate, vinculando mais e mais à esquerda marxista autoritária (PT) tais mazelas.
Quanto à "representatividade" desses "luminares" evangélicos junto à candidata robótica, é mesmo uma ofensa aos verdadeiros cristãos. A mim, posso dizer peremptoriamente, eles não representam!
Abraços.
Ricardo.
Caro amigo e pastor Geremias Couto,
A Paz do Senhor!
Não há como maquiar a realidade!
Era melhor que a candidata Dilma, assumisse sua verdadeira postura! Se o Brasil como maioria entender assim, fazer o que? Agora, mudar só para ganhar a eleição, só se formos alienados para aceitar tal situação.
Parabéns pelo artigo!
Um grande abraço!
Seu conservo,
Pr. Carlos Roberto
Caro pastor parabéns pela abordagem.
Só falta agora a DILMA dizer que não sabia de nada sobre a descriminalização do aborto, ou pior ainda, assumir que defendeu e dizer que o aborto é o melhor para o Brasil porque sente pena das criancinhas passando fome e nas ruas vitimas do crack... é capaz ainda dela tentar convencer a população que desumano é colocar filho no mundo para sofrer... só falta isso!!!
Meu consolo é saber que o SENHOR tem o controle de todos os reinos do mundo e o dá a quem quer do maior ao mais humilde dos homens.
Além disso, para o SENHOR mudar o coração de um rei (presidente)é tão fácil quanto mudar o curso de um rio...
Então façamos a nossa parte certos de que o Senhor tem o controle de tudo e nada fica oculto aos seus olhos.
Paz!!!
Kátia
Caro Pastor Geremias,
Boa abordagem do assunto. Parabéns.
Agora, afinal, pra não deixar dúvida, o candidato José Serra fará ou não um mandato segundo a Vontade de Deus?
Acho que os pastores evangélicos deveriam fazer campanha pelo SEU candidato, e não contra o oponente. Agora não temos mais a Irmã Marina. Então esta campanha feita pelo senhor e tantos outros pastores só pode ser A FAVOR do Candidato José Serra.
Então, façam campanha pelo Serra, porque caso contrário parecerá sempre uma CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO.
Agora é PT/PMDB/PSB vs PSDB/DEM. O PV já não concorre mais.
A Páz esteja conosco.
Caro Wellington:
Você me faz um pergunta que não tenho condições de responder. Só saberei se foi a vontade de Deus a vitória de Dilma ou de Serra depois de abertas as urnas e apurados os votos.
Quanto a apresentar as fragilidades da candidatura de Dilma não se trata de calúnia ou difamação. Sãos fatos amplamente documentados que precisam chegar ao conhecimento do maior número possível de pessoas.
Abraços!
Prezamigo pr. Geremias do Couto,
A paz do Senhor!
É notório que o momento político vivenciado pela sociedade brasileira é do tipo:
Se correr o bicho pega, e se ficar o bicho come!
Sabemos que o Senhor nosso Deus não se importa, qual dos dois será o vencedor, nesta CONTENDA, mas se quisermos escolher o MENOS PIOR, com certeza, escolheremos o segundo candidato José Serra.
Pedimos ao Senhor que apesar das nossas avaliações, seja eleito o que com esforço demonstre menos interesse em sí, e mais à população que possue pelo menos 40%vivendo sem rede de esgotos.
Uma vergonha!
O SEnhor seja contigo, nobre pastor!
O menor de todos.
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