* (O ensaio que ora posto no blog foi escrito em 1998, portanto há 11 anos, e originalmente publicado na revista Obreiro, da CPAD, ano 20, número 5, em junho. Há alguns meses percebi que muito do que ocorre hoje no meio da igreja evangélica tive, com a graça de Deus, a oportunidade de prenunciar naquela época. Outros pontos merecem uma análise mais profunda. É preciso, também, levar em consideração o público ao qual se destinava. Fui atrás do texto e aqui ele está, por deferência do meu amigo César Moisés, que o buscou nos seus arquivos pessoais já que o "perdi" em meus "back ups". É um pouco longo, inadequado para um blog, mas incentivo-o a lê-lo até o fim para que possamos interagir nos comentários e tentar encontrar a "luz no fim do túnel". Mantive-o inalterado, inclusive na ortografia, bem como quanto ao perfil do autor, à época, no final do ensaio.)
A questão denominacional é um tema que precisa ser colocado em debate, neste final de século, tendo em vista o aumento considerável de denominações resultante do crescimento dos evangélicos nas últimas décadas. Há quem prefira fechar os olhos ante a realidade, sem discuti-la, enquanto outros optam pelo radicalismo unilateral e excludente, que privilegia uma única denominação como a depositária da verdade. Todavia, não importa a posição de cada um, a entrada do próximo milênio terá como uma de suas principais características, no meio religioso, a multiplicação acentuada de novas igrejas de matizes diversos e efeitos profundos na vida denominacional.
Antes, porém, de refletir sobre como estas transformações influenciarão os rumos da igreja evangélica nos próximos anos, convém analisar as causas que têm tornado cada vez mais ampla essa babel, termo aqui usado apenas para designar a complexidade da linguagem empregada em cada segmento cristão, que, vezes sem conta, contradita o que outros segmentos pensam e afirmam.
Causas
A causa mais simples, do ponto de vista crítico, é o crescimento vertiginoso dos evangélicos, que, segundo a Veja de 8 de abril, numa projeção bastante aquém da realidade, alcançou o percentual de 300% nos últimos 30 anos contra 68% de crescimento populacional. A popularidade da fé através do uso dos meios de comunicação incorporou uma enorme massa de novos adeptos que não só expandiu as igrejas já existentes, como também ensejou o surgimento de novos ramos denominacionais.
Houve tempo em que ser evangélico atraía ferrenho preconceito e marginalizava o converso do meio social, para não mencionar as freqüentes e ferozes perseguições movidas pelo catolicismo contra os que professavam a “nova” doutrina. Hoje, o quadro mudou. Os milhares de conversões genuínas atenuaram esta visão deturpada e permitiram o livre exercício da fé.
Por outro lado, pertencer a uma igreja evangélica, para muitos, passou a ser sinônimo de status, além da sensação de fazer parte de uma comunidade que desfruta de "respeito" e conta, entre os seus membros, com pessoas oriundas de extratos sociais mais elevados. Tudo isso bastou para que indivíduos com certa capacidade de liderança encontrassem a porta aberta para iniciar novos projetos que resultaram nos mais diferentes modelos de culto.
Outra causa, esta de porte complexo, é a liberdade religiosa emanada do texto constitucional. Não há nenhuma lei que regule a abertura de novas igrejas. Basta dispor de endereço, estatuto aprovado em assembléia e formalizar o registro para que se exerçam as atividades religiosas. Sem deixar de reconhecer a sinceridade daqueles que iniciam novos movimentos movidos apenas pelo desejo de ver expandir-se o Reino de Deus, esta facilidade permite que as dissidências cada vez mais presentes nas igrejas instituídas encontrem caminho fácil para constituírem novas denominações. Hoje, o número delas, no Brasil, ultrapassa a 500. Num quadro assim não há como negar, também, a existência dos “picaretas”, que se utilizam da fachada evangélica com objetivos nada nobres.
Não preconizo nenhuma restrição legal. Entendo que o governo não deve, jamais, imiscuir-se nos assuntos de fé. Propor e aprovar normas em nome de uma possível regulamentação é tolher a liberdade religiosa, cláusula pétrea de qualquer regime democrático, e legislar numa área extremamente subjetiva, onde os representantes da lei não terão como definir o que é legítimo ou não. Além do mais, sempre haverá a possibilidade de a legislação vir a ser aplicada para favorecer determinados segmentos religiosos em detrimento de outros, dependendo de quem estiver no exercício do poder. Haja vista que mesmo hoje, em que o texto da carta magna consagra a separação completa entre a religião e o estado, a igreja romana continua desfrutando de privilégios não concedidos a outros grupos confessionais. Ora, com todas as fragilidades de um modus vivendi desregulamentado, ainda acredito que esta é a melhor forma para a propagação do Evangelho. Vale quem tiver o melhor poder de persuasão.
Portanto, a proliferação cada vez mais acentuada das denominações está aí - e veio para ficar - com todos os desdobramentos que isto implica para a difusão da fé bíblica. Não adianta esbravejar contra esta realidade nem deixar de admiti-la. Não muda em nada. O mais racional é reconhecê-la e descobrir de que modo interfere no dia-a-dia de cada um, para então lidar-se com ela sem nenhum conflito.
Efeitos
Constata-se, inicialmente, que nenhuma denominação pode arvorar-se como a única alternativa para o exercício legítimo da vida cristã. Mesmo naquelas onde certas práticas de suas lideranças se confundem com elementos litúrgicos assimilados do medievalismo católico, há crentes sinceros que foram alcançados e transformados pelo poder do Evangelho. Houve tempo em que as opções reduziam-se às igrejas históricas (a Assembléia de Deus, em certo sentido, já o é), de modo que o discurso radicalizado em defesa de uma igreja como a única de conteúdo neotestamentário ainda encontrava eco. Mas hoje não convence.
Quem analisa a questão sem condicionamentos há de convir que o cerne da mensagem proclamada em milhares de templos de diferentes denominações espalhados pelo mundo é o fundamento apostólico, cuja centralidade é a cruz, ainda que em muitos casos não se concorde com a forma. Adotar, portanto, uma teologia exclusivista é repetir o erro do dogma romano de que fora da igreja não há salvação. Ora, a idéia aqui implícita é a de que não se experimenta a redenção fora das fronteiras do catolicismo. Em outras palavras, esse raciocínio subverte os valores, pois, ao invés de instrumento que proclama a graça, a igreja como instituição confessional passa a ocupar a primazia e torna-se um fim em si mesmo, contrariando o ensino do Novo Testamento.
Não se encontra em qualquer parte dos evangelhos ou das epístolas um texto sequer que possa ser interpretado favoravelmente ao exclusivismo denominacional. O que torna uma igreja essencialmente neotestamentária não é o nome que ostenta, nem o modelo administrativo adotado, ou mesmo o vínculo que tenha com alguma estrutura eclesiástica, mas o grau de compromisso com os postulados da fé apostólica, que centraliza a vivência da fé na obra redentora de Cristo. Daí porque o melhor é substituir o discurso envelhecido da única alternativa pela visão de Agostinho que, mais do que nunca, continua plena de atualidade: “Nas coisas essenciais, unidade; nas não essenciais, diversidade; e em todas as coisas, amor”.
Outra conseqüência da proliferação do denominacionalismo é a postura de não compromisso adotada por muitos fiéis. O amplo leque de opções propicia transferir-se de uma denominação para outra com maior facilidade. Pequenas divergências que poderiam ser sanadas no nascedouro são usadas como justificativa, pois o nível de comprometimento denominacional é pouco ou nenhum, em virtude das muitas alternativas.
É óbvio que a moeda tem dois lados. Sob o aspecto negativo, favorece a multiplicação de crentes com pouca consistência doutrinária, por faltar-lhes a necessária perseverança para manterem-se integrados à sua igreja e ali fortalecer a fé em Cristo. Quais beija-flor, ficam de congregação em congregação, sem plantar raízes em lugar algum, tornando-se, por isso, presas fáceis das heresias. Sua prática cristã notabiliza-se mais pelo apego à superficialidade e ao brilho dos resultados imediatos do que pela renúncia apregoada nos evangelhos. Eles procuram estar onde possam obter vantagens sem que isto implique em maiores compromissos com a igreja.
Sob o aspecto positivo, filtrada a questão do não compromisso, permite a oportunidade de o crente buscar outra igreja para adorar a Deus caso haja dificuldades intransponíveis para permanecer na mesma denominação. Este ângulo compreende principalmente o fato de a igreja vir a afastar-se do paradigma bíblico, não ensejando mais espaço para que o crente continue ali, servindo ao Senhor segundo as Escrituras. Ninguém é obrigado
a freqüentar um lugar onde, comprovadamente, os fundamentos da fé estão sendo solapados e abandonados. Trilharam este caminho os precursores da Reforma protestante.
Não é também conveniente ao cristão ali permanecer se o problema é de conflitos de porte ao nível da administração sem que haja como contorná-los. Ao invés de abrir uma dissidência, é prudente encaminhar-se para outra igreja cujas diretrizes administrativas sejam compatíveis com a sua linha de raciocínio, procurando lembrar-se de que situações semelhantes poderão vir a ocorrer, pois todas as instituições denominacionais situam-se no âmbito humano. Mas o fato é que não há como alegar a inexistência de alternativas para os casos inconciliáveis. Até mesmo aqueles que, em outros tempos, de maneira equivocada, tinham como escudar-se no argumento das poucas opções para não freqüentar nenhuma igreja já não têm como insistir na tese. A falta de um lugar onde a pessoa possa sentir-se bem não é mais justificativa coerente.
Se o advento de novos grupos denominacionais trouxe valiosas contribuições ao evangelismo, ensejou, por outro lado, a desenvoltura de movimentos voltados para a banalização da fé através do mercantilismo religioso. Ao invés de favor imerecido, a graça passou a ser algo que se adquire mediante dinheiro, onde quanto maior a quantia mais o contribuinte recebe. Sob este raciocínio, Deus transforma-se em devedor do ser humano e se obriga a abençoá-lo na proporção de suas ofertas.
Não se questiona a contribuição financeira como parte do culto a Deus. Mas este ato, desde o Antigo Testamento, rege-se pelo seguinte princípio: ele simboliza a entrega pessoal do ofertante como reconhecimento da soberania divina sobre todas as coisas, não se constituindo, portanto, uma moeda de troca para receber os favores da Divindade. O que conta para Deus não é o valor da quantia, mas as suas motivações. Assim, tanto o que contribui com pouco quanto o que oferta grandes somas, se os propósitos são corretos, do ponto de vista bíblico, estão em igualdade de condições. A benção divina sobre eles resulta unicamente da vontade expressa de Deus, como fruto exclusivo da sua graça.
Todavia, o que alguns segmentos denominacionais fazem através dos meios de comunicação é banalizar a fé e restringi-la ao âmbito da comercialização em busca de resultados materiais. A proclamação limita-se ao uso de jargões que induzem os ouvintes a pensar na vida cristã como um mercado, onde quem paga mais leva o melhor produto. Além dos malefícios em si, tal prática desvia-se do eixo do Evangelho e abre espaço para que indivíduos desprovidos de escrúpulos organizem negócios transvestidos de igrejas com o objetivo de ganhar dinheiro em cima das necessidades do povo. O problema é que pela facilidade da generalização muitos englobam todas as denominações sob a mesma ótica. Alguns, por pura malícia. Outros, por falta de senso crítico.
Tendências
Diante do quadro que aí está, detectam-se diversas tendências que, certamente, influenciarão o curso do denominacionalismo nos próximos anos, interferindo de forma direta na ação de cada igreja na entrada do próximo milênio.
A existência cada vez maior de novos grupos diversificados torna bem visível a tendência de colocar-se a nomenclatura denominacional em plano secundário. O que as pessoas estão considerando, hoje, não é a designação em si, mas as propostas de fé que as igrejas proclamam. Por mais que mentes tradicionais se choquem, o peso do nome já não influencia tanto na hora de fazer-se a opção. O que empolga são os discursos contextualizados à necessidade de cada um. Para os extremamente sofridos, a mensagem utilitarista. Para os de mentes racionais, os argumentos construídos com lógica. Ou seja, ocorre no meio denominacional o mesmo fenômeno que está transformando os conceitos mercadológicos: os clientes pouco se preocupam com a marca, pois já não se identificam com ela. Eles são atraídos pela forma como o produto é apresentado, vindo em segundo plano a qualidade do conteúdo.
Outra razão por trás dessa tendência é que as denominações mais antigas não atualizaram seus métodos, úteis para aquela época, mas a maioria ineficiente para os dias de hoje. Eles precisam ser reciclados tendo em vista a realidade atual. Vale lembrar que a mensagem permanece inalterada, mas à medida que mudam os tempos torna-se indispensável a reformulação de estratégias sob pena de não serem atingidos os objetivos. Em razão disso, os incoversos não olham para a cor denominacional, mas acabam envolvidos por aquelas igrejas que de modo mais eficaz conseguem alcançá-los.
A necessidade de fazer frente a essa realidade, até certo ponto ambígua, produz outra tendência. A de igrejas que optam de forma unilateral pelo superficialismo das formas, como se estas tivessem maior valor do que o conteúdo. Na ânsia - legítima, por sinal - de aumentar o número de fiéis, resvalam para o extremo de pôr a ênfase nos meios empregados, com reuniões bem articuladas e métodos contemporâneos, onde a mensagem cristocêntrica acaba não sendo priorizada, deixando de receber o tratamento bíblico correto. O fruto são crentes imaturos, falta de firmeza na fé e a porta aberta para a aceitação de comportamentos sociais contrários à Palavra de Deus. A forma tem o seu lugar, mas não se pode, sob hipótese alguma, abrir mão da legitimidade do conteúdo.
Esta tendência gera diversos desdobramentos. O principal deles são denominações conformadas com o mundo, onde não se confronta o pecado mas busca-se explicá-lo à luz de filosofias humanistas, que admitem práticas como o aborto, homossexualismo e a liberação sexual com a maior naturalidade sob o argumento de que fazem parte da evolução do processo
social. Com isso, aquelas que se mantêm comprometidas com os postulados bíblicos recebem o rótulo de ultrapassadas.
Vislumbram-se, portanto, duas realidades que identificarão cada vez mais as denominações daqui para frente. Os nomes terão pouca ou nenhuma importância em virtude da proliferação acentuada de novos grupos pelas razões descritas a pouco, acrescida da expansão dos chamados movimentos independentes, que não pensam em vincular-se a qualquer das estruturas existentes.
A primeira realidade constituir-se-á daquelas igrejas cujo perfil refletirá o padrão ético do Reino de Deus e o compromisso com a integridade da fé, não importa, repito, o nome que ostentem, nem a liturgia que adotem. A segunda terá como característica a falta de comprometimento com a Bíblia, a secularização de seus princípios, o conformismo com o sistema pecaminoso do mundo e o apego ao brilho fácil do materialismo. Sem querer simplificar, as duas realidades estão identificada na Bíblia pelas igrejas de Filadélfia e Laodicéia.
Estes perfis estarão de tal modo cada vez mais presentes na vida denominacional que as pessoas não perguntarão pela igreja em si, mas pela fé que professa. Até mesmo porque muitas congregações têm posturas que diferem de outras adotadas por igrejas da mesma denominação. O tipo de comportamento peculiar dessa época em ambos os grupos é assim descrito pelo apóstolo João: “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda”, Ap 22.11.
Para concluir, cabem as seguintes sugestões sobre como se posicionar diante do exposto:
1) É preciso compreender que as denominações ocupam papel secundário no plano de Deus. Elas cumprem um importante papel histórico, mas não podem desfrutar de qualquer primazia em detrimento de outras. A Bíblia não trata com este ou aquele grupo, mas com a igreja comprometida com os fundamentos da fé apostólica.
2) Respeitar as diferenças periféricas é outro dever de cada um, pois o que prevalece, para a unidade no Espírito, são os pontos essenciais da fé. Se os fundamentos são os mesmos, espera-se que haja o mínimo de consideração para com os demais irmãos em Cristo.
3) A unidade se dá no âmbito espiritual e não administrativo. Todavia, não vale a pena buscá-la se o preço for a perda da identidade cristã e a aceitação de princípios sabidamente contrários à Palavra de Deus. Convém lembrar que de um lado estão as igrejas éticas e centradas em Cristo, com as quais a comunhão é possível. No entanto, de outro estão os grupos conformados e de braços com mundo. Com estes, não há como prosseguir na caminhada.
4) É legítima a iniciativa de buscar fórmulas eficazes, contextualizadas e lícitas para tornar a mensagem acessível ao coração do pecador, desde que não se comprometa a integridade da fé. As igrejas que não o fizerem ficarão para trás e abrirão espaço para que movimentos sem nenhum respaldo bíblico, mas com estratégias eficientes, consigam arrebanhar maior número de fiéis.
Geremias do Couto é pastor na AD em Teresópolis (RJ), conferencista, comentarista de lições bíblicas, professor do CAPED, articulista e membro da diretoria da AEVB.
18 comentários:
1. Prezado Pr. Geremias, li embevecido as magistrais palavras desse artigo. De fato, um texto profético. Pouco posso acrescentar ao que li e que será motivo de reflexões, debates e controvérsias dos nossos “blogueiros”. Todavia, gostaria de acrescentar uma de minhas preocupações às discussões em apreço.
2. Parte, inicialmente, dos modelos de gerenciamento, gestão e relações humanas extraídas do contexto secular que são acriticamente empregados nos relacionamentos e liderança de nossas denominações.
3.Concomitante a essa minha linha de pensamento está a mudança do perfil do pastor ou do líder evangélico nesses últimos dias. Parece que se trata de duas coisas distintas, mas não, são interdependentes.
4. Hoje, os modelos de gerenciamento secular estão presentes na literatura evangélica e, infelizmente, líderes, professores e crentes copiam inadvertidamente esses “moldes” seculares sem a devida desconstrução, como propõe Derrida.
5.Os líderes incautos não percebem, não discernem e muito menos conhecem os paradigmas que norteiam e fundamentam os pressupostos das lideranças cristãs hodiernas. Copiam modelos de liderança estadunidense fundamentados nos paradigmas industrial, racional e tecnológico sem entenderem as repercussões espirituais e sociais de suas escolhas falhas.
6.Importam as estratégias de liderança taylorista e fordista sem estarem cônscios dos estragos que esses modelos lazarentos e retrógados de administração acarretam para a diakonia e koinonia cristãs. E, quando alguns líderes são mais atualizados e copiam o modelo toyotista não fazem a devida leitura e acabam caindo no perigoso paradigma “simbiosinérgico” ou “espiritualista” fundamentado na teoria de Teilhard de Chardin, que apregoa a simbiose e sinergia entre o homem, a natureza e o cosmos.
7.Acredito, meu amigo, que a direção que as denominações evangélicas seguem, assim como suas tendências, tem como ponto fundante as escolhas e modelos gerenciais seguidos pelos líderes.
Um abraço
Até breve
Esdras Bentho
www.teologiaegraca.blogspot.com
www.educarvivereaprender.blogspot.com
Nobre Pr. Geremias,
Quando li este texto eu ainda era um bem novo convertido, me converti em Junho de 1998 e o li em Agosto.
Na ápoca não entendi bem, mas alguns meses depois fui entendendo.
Como disse o Pr. Esdras Bentho, pouco pode-se acrescentar ao texto pela riqueza que o mesmo emprega. Concordando com um trecho de seu texto quando diz:
(Adotar, portanto, uma teologia exclusivista é repetir o erro do dogma romano de que fora da igreja não há salvação. ),
Penso que a institucionalização de algumas denominações estão prevalecendo e ocupando cada vez mais um papel primário no corações das pessoas, é como se a verdade única e verdadeira fosse privilégio de apenas alguns, o que é grave cometer este erro.
Além disso, entra a questão do marcantilismo gospel que invadiu o meio evangélico com muita sutileza e sem pedir licença. Foi-se abrindo brechas que infelizmente paracem não ter mais concerto.
De fato, a forma secularizada de se administrar as coisas do Senhor parece ter ganho mais espaço que a voz do Espírito Santo e com isso, o que era Santo tornou-se um meio muito lucrativo de se alcançar a Graça de Deus.
A Graça que antes era dada gratuitamente, agora precisa de "moletas" para agir.
Em detrimento a isso, Temo que esse pensamento invada o contexto de salvação e mude o pensamento de que a salvação vem pela graça, assim como muitos princípios vão sendo alterados por quem realmente análisa as Escrituras com seu próprio entendimento.
Parabéns pelo belo texto e Deus abençoe!
Caro pastor Geremias, a paz do Senhor.
A sua postagem é riquíssima em reflexão.
No primeiro comentário do irmão Esdras, destaco o aspecto abaixo:
"Parte, inicialmente, dos modelos de gerenciamento, gestão e relações humanas extraídas do contexto secular que são acriticamente empregados nos relacionamentos e liderança de nossas denominações."
Tipo de liderança, gerenciamento ou gestão da Obra Sagrada, vejo neste prisma muitas raízes do problema. Acredito que as lições deixadas por Davi, e que estão sendo objeto de estudo da EBD, neste trimestre, sejam de grande valia para os líderes diante das questões denominacionais.
Um abraço
A vantagem de se escrever com os olhos e a mente aberta é esta. As palavras se tornam perenes. Que pena, nossas lideranças estratégicas não levarem a sério tais assertivas. Fazer o quê?
Caro amigo Esdras:
Você trouxe à luz alguns posicionamentos que precisam ser reavaliados pela igreja.
Afinal, é a igreja uma empresa? Como se contam os seus resultados? São do tipo 2 + 2 = 4 ou se dimensionam sob outra perspectiva? Suas estratégias devem obedecer os diferentes modelos de marketing ou há outros procedimentos que precisam ser considerados?
Quando os crentes passam a ser apenas números, alguma coisa está errada!
Abraços!
Caro Matias:
Antes de tudo, obrigado de público pela publicação da entrevista em seu blog. Espero ter prestado alguma contribuição aos leitores.
Quanto à esta reflexão, como você mesmo observou, brechas abertas se alargam e criam a cultura para o mercantilismo que aí está, no meio evangélico.
Temos de estar atentos para fechar os flancos, se ainda é possível.
Abraços!
Caro Paulo Mororó:
Estamos concordes que o uso acrítico dos modelos de gerenciamento secular é uma das causas das crises que a igreja enfrenta.
Creio que a Bíblia,sem qualquer simplificação, quando bem lida e interpretada, fornece boas orientações administrativas que podem ser aplicadas pela igreja, algumas das quais empregadas pelo mundo secular.
O nosso desafio é sermos mais bíblicos.
Abraços!
Caro Daladier:
Em allgumas conferências, tenho ministrado que precisamos estar alerta aos sinais dos tempos, discernir o mundo à nossa volta, acompanhar os processos sociológicos para que possamos enxergar um pouco mais além.
Esse é o exercício que a liderança de modo geral, incluindo a todos nós, precisa continuamente fazer. Enterrar a cabeça na areia, como faz o Avestruz, é a confissão do fracasso.
Abraços
FAÇA UMA ORAÇÃO POR MIM HOJE
Por: William Vicente Borges
Eu sei que há tanto o que fazer
Talvez você esteja com muitas ocupações
Mas preciso que pare um minuto
Agem assim bons corações
Peço com humildade e contrição
Faça uma oração por mim hoje
a maior oração é o amar
e provará seu amor ao orar
Estou aflito e necessitado
Preciso tanto que Deus envie seus anjos
Com as respostas que preciso
Então por favor, ore por mim
Um minutinho que seja
As orações dos justos valem tanto
Eu sei, Deus atende, sempre
E sei que atende a você
Amanhã será um dia melhor
Obrigado pela atenção
O bom Senhor te recompense
Por me mencionar em oração
Oraste por mim, e não sei teu nome
Mas o Deus que te ouviu
Não esquecerá jamais
Que você fez uma oração por mim hoje.
.............................
Primavera de 2009
E que Deus nos dê graça, por que estas tendêncais, estão não lá fora mas, aqui dentro.
Ótimo artigo, Deus continue abençoando e inspirando o amado irmão.
Prezado pastor Geremias, parabenizo-o pelo seu precioso blog.
Grato por seguir meu singelo blog - O ARAUTO. Um fraternal abraço.
Pastor Marcos Antonio da Silva
Assembléia de Deus
Hyannis, MA - USA
Caro Pr. Geremias,
Belo texto. Prima pela atualidade. Concordo plenamente com o irmão que, "com todas as fragilidades de um modus vivendi desregulamentado", esta é ainda a melhor maneira de não ficarmos reféns da hegemonia do catolicismo romano, embora creia que a valoração baseada no poder de persuasão tenha sido danoso para a propagação do Evangelho (com "E").
Penso que o modelo evangélico, baseado em causa e efeito, com os seus desencadeamentos à esquerda e à direita, não mais responde às demandas espirituais do nosso tempo. Essa existência desideologizada dos evangélicos, que expõe cada vez mais a questão do denominacionalismo, parece sintoma daquilo que Jesus constatou quando viu a multidão: "Ovelhas sem pastor".
Resta-me a esperança que desse mesmo modelo, com entropia ascendente, emergirá (até porque nunca deixou de existir), triunfante na sua fragilidade, a Igreja dos que adoram em espírito e em verdade; dos que vivem o Evangelho que Jesus legou-nos no Sermão do Monte. Gostaria de ver uma pontinha disso na nossa geração.
Um abraço
Paulo Silvano
Neste micro-cosmo evangélico há sempre aqueles que buscam os primeiros lugares, as altas posições e o brilho dos holofotes. A expressão bíblica "importa que ele cresça e que eu diminua" parece não constar do viver de muita gente nestes dias de auto-engano. Muitos se jactam de suas próprias façanhas e se consideram os "banbanbans" do momento.
O brilho de Cristo nos siliconados é ofuscado por suas próprias vaidades.
Graça e paz, Pr Geremias do Couto e parabéns pelo artigo do seu filho. Puxou o senhor (rsrsrs), que aliás, considero um grande escritor. Que Deus continue lhe inspirando, como também a seu filho.
Nos laços do Calvário,
Pb. Geovani Figueiredo dos Santos
Querido pastor Geremias, a paz do Senhor!
Parabéns por mais este post! Realmente, vemos tudo isso se cumprindo hoje. A igreja vai de mal a pior, e está na hora de tomarmos uma atitude. Antes que seja tarde demais!
Em tempo, depois de algum tempo "sumido", estou de volta à blogosfera. Aguardo uma nova visita do senhor e rogo suas orações: www.esperancasemlimites.blogspot.com
Forte abraço!
Prezado Pr. Geremias,
li seu texto e tudo nele é a pura verdade do momento.
Vejo, também mais um agravante no crescimento das igrejas.
A falta de oportunidade que as igrejas através de certos pastores que por receio de perder suas "santidades" ou emprego mesmo, não dão ao lideres formados em suas fileiras as oportunidades esperadas de liderança, e esses por sentirem suas bocas tapadas, se aventuram em formar suas próprias comunidades...
estou seguindo seu blog -
depois passe la no nosso.
abraço
“A primeira realidade constituir-se-á daquelas igrejas cujo perfil refletirá o padrão ético do Reino de Deus e o compromisso com a integridade da fé, não importa, repito, o nome que ostentem, nem a liturgia que adotem. A segunda terá como característica a falta de comprometimento com a Bíblia, a secularização de seus princípios, o conformismo com o sistema pecaminoso do mundo e o apego ao brilho fácil do materialismo”
Não conhecesse o discernimento do autor, creria tratar o texto de alguma profecia.
Em 1998 eu tive meu primeiro contato com a fé evangélica. Doze anos passaram, mas tenho a impressão de que o tema nunca foi tão atual.
Embora tenha pouca vivência neste meio, não posso me eximir da responsabilidade de emitir um parecer e buscar influenciar de alguma forma o rumo deste evangelicalismo, ainda que timidamente.
Houve um tempo em que a palavra evangélico atraía tanto preconceito, que só os fiéis adotavam a alcunha. Depois, a palavra passou a significar respeitabilidade e prestígio, e muitos anelavam sê-lo. Hoje (infelizmente) a palavra perdeu o sabor, e evangélico virou sinônimo de uma fé fútil e interesseira. Cumpre-se o “presságio” do autor:
“Estes perfis estarão de tal modo cada vez mais presentes na vida denominacional que as pessoas não perguntarão pela igreja em si, mas pela fé que professa”
Muitos recusam o título de evangélico, preferindo se identificar como simples cristãos beneficiados pela reforma protestante. Mas a revelação não para por aí:
É com extrema tristeza que vejo o mesmo acontecendo com a palavra “pentecostal”. Breve chegará o dia em que alguns vão rejeitar a palavra, que embora etimologicamente defina com propriedade o movimento, também vem perdendo sabor.
O movimento perderá ainda mais credibilidade à medida que os vendilhões do evangelho comecem a se auto-proclamar porta-vozes do movimento, ao mesmo tempo que usam seus programas televisivos para fazer comércio religioso e vender indulgências com o selo “gospel” aos desavisados de plantão. É bom observar que isso – infelizmente - já vem acontecendo.
Cristão continuísta, carismático e outras expressões teológicas serão utilizadas como alternativa àquela, mas com o tempo estas também perderão sua força... Isso acontecerá por causa das razões anteriores, mas também porque rótulos não definem essências... Cristianismo é essência; é graça. Pentecostalismo é apenas um verbete no dicionário. A idéia prima sobre a forma, e a idéia, neste caso, é a descrição do atuar de uma essência infinita. Queremos, mediante uma só palavra, explicar toda uma vida vivida pela fé e em contato com o sagrado? Pode alguém reduzir em uma só palavra (pentecostal) a crença em que Deus é imutável e continua agraciando seus filhos mediante a potência do Espírito, repartindo graciosamente entre eles os seus dons?
Enfim, vim ler o texto recomendado pelo autor via twitter, e acabei encontrando este artigo desafiador e profético. Não tenho a menor intenção de criticar fé alguma. Aliás, quando falo dos problemas e tensões no meio pentecostal, corto na minha própria carne, pois sou beneficiado pelo movimento pentecostal e seu herdeiro. Mas o fato é que cada vez mais pessoas deixarão de se identificar pela alcunha pentecostal, e esta palavra se embotará, e corre o risco de se transformar, daqui a alguns anos, na alcunha do movimento mais ignorante dentro do protestantismo.
(continuando...)
De certo modo, se cumprirá a lei da semeadura. Durante anos as igrejas pentecostais, rígidas, austeras, condenaram toda expressão cristã que acontecia fora dos seus arraiais, se apresentando como as representantes de Deus na terra. Pastores tomaram o lugar de Deus, igrejas usurparam o lugar da Bíblia... Estes desmandos, muitas vezes não eram incentivados pelas convenções, mas eram sempre consentidos.
Lamentavelmente, eles sobrevalorizaram sua “marca” e ensinaram os fiéis a venerarem o “rótulo”.
A experiência aos poucos tomou o lugar da sensatez, da racionalidade, da Palavra, e os nossos líderes denominacionais fizeram vistas grossas e ouvidos de mercador. Agora, esses irmãos que foram doutrinados baixo a jurisdição dos rótulos, tenderá a criar novos rótulos a fim de afirmar sua fé, sem jamais conjecturar que não há palavra perfeita além da Palavra, e que tal mudança será apenas um paliativo... um placebo que em nada minimiza o sofrimento do nosso agonizante paciente, chamado “movimento pentecostal”.
Espero, no entanto, estar totalmente equivocado em minhas conjecturas. E caso haja neste arrazoar alguma sensatez, buscarei ter meu consolo no fato de que ainda há tempo, de que existem vozes que podem fazer a diferença e reescrever estas minhas linhas, dando um outro final a este breve ensaio, de modo que o que hoje é estória, não se transforme jamais em história.
Fraternalmente,
Leonardo Gonçalves
Púlpito Cristão
Muito lindo e abençoador seu blog amado pastor... Que o Espirito Santo continue lhe usando em suas potentes e santas mãos... A propósito lhe sugestiono meu blog... Sua passadinha por lá muito nos honrará... Deus lhe abençõe...
http://josiasalmeida.blogspot.com/
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