quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Crônica de uma "farsa" anunciada

veja.abril.com.br
É extremamente desconfortante perceber que o episódio da morte do cinegrafista Santiago Andrade está sendo explorado com viés político, cheirando a uma grande armação com propósitos escusos. Tenho escolhas políticas, mas não prescindo das escolhas morais em minhas percepções. O que vejo é o velho jogo da esquerda, aliada a outros interessados, em tentar banir do caminho quem lhes pode atrapalhar os planos. Elenco a seguir alguns pontos que podem servir de pistas para compreendermos oo imbróglio:

1) O primeiro rapaz, Fábio Raposo, supeito de ter participado do ato, foi preso no Recreio, na casa dos pais. Enquanto isso, a polícia vasculhava o seu apartamento no Meier e encontrou as supostas roupas usadas na manifestação. Fico a me perguntar: Será que ele era tão descuidado assim, que não deu sumiço na "prova do crime"? Ou era uma cena previamente montada? 

2) Desde os primeiros minutos, o jovem se fez acompanhar do advogado Jonas Tadeu Nunes, bem articulado, falante, o primeiro a ligar o tresloucado gesto ao Deputado Estadual Marcelo Freixo, baseado numa suposta ligação recebida de uma manifestante. É o típico comportamento de quem planta informações diversionistas na mídia. Afirma-se antes para investigar depois. 

3) Por ocasião da prisão do segundo rapaz, Caio Silva de Souza, lá estava o mesmo advogado, intermediando, agindo, interagindo e se expondo também como o seu representante legal. Que liame havia entre os acusados e o advogado para que este de imediato representasse legalmente a ambos? 

4) Em entrevista ontem, o advogado afirmou que os acusados são pobres, com alguma ideologia, manipuláveis e que teriam sido aliciados por deputados, vereadores e diretórios regionais de partidos. Se sabia, deveria dar os nomes aos bois para evitar a manipulação das informações com o intuito de denegrir quem não tem nada a ver com a história.

5) Se os rapazes são pobres, como mencionou o advogado, quem estaria pagando os seus honorários? Não creio que esteja trabalhando de graça, que seja defensor público ou mesmo dativo. Se está na causa desde os primeiros minutos, certamente alguém ou algum grupo banca o seu trabalho.

6) Se os acusados são manipuláveis, quem os estaria manipulando? Os "black blocs", os partidos políticos ou, agora, outro grupo interessado numa "possível armação" para tirar proveito do fato? É relevante pensar nesta hipótese, pois quem é manipulável pode mudar de lado com a maior facilidade.

8) O Governador Sérgio Cabral, por sua vez, do alto de sua impopularidade, não perdeu tempo. Disse que o caso precisa ser investigado com rigor para chegar aos partidos que estariam por trás da ação perpetrada pelos acusados. É muito estranha essa fala! Tem fortes conotações políticas!

9) Há, ainda, a questão do biotipo do rapaz que aparece de costas nos vídeos, bem diferente do suspeito apresentado à imprensa como responsável pelo lançamento do rojão. Haveria alguém assumindo a culpa de outrem?

10)  Por fim, o advogado seria o mesmo que defendeu os dois milicianos presos por conta da CPI da ALERJ, conduzida por Marcelo Freixo e com o apoio de deputados de oposição ao atual Governo Estadual até porque Sérgio Cabral apareceu ao lado de alguns delsses milianos "políticos" nas eleições passadas. Seria algum acerto de contas?

Escolhas morais não têm ideologia. A verdade precisa ser investigada, mas somente a verdade, sem a manipulação dos fatos para confundir a opinião pública. Em boa hora a Câmara dos Deputados nomeou uma comissão externa, da qual faz parte o Deputado Federal Anthony Garotinho, para acompanhar todas as fases das investigações.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que em nossas igrejas já temos problemas demais.São tão sujas as motivações de todo esse episódio, que o melhor no momento seria nós obreiros e lideranças evitarmos emitir qualquer tipo de posicionamento. Na verdade tem um dito antigo, que bem reflete toda a situação moral e política disso tudo: Se cercar vira hospício, se cobrir , vira circo. Deus nos ajude.