sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dilma trouxe o aborto para o debate eleitoral


Depois do resultado inesperado do primeiro turno, em que Dilma Rousseff pretendia liquidar a fatura de uma vez (sem trocadilho, por favor), estamos agora sendo bombardeados pela turma do PT com o discurso de que os boatos trazidos ao debate eleitoral, insinuando que a candidata petista é favorável ao aborto, foram responsáveis pela sangria de votos para Marina Silva e José Serra. Eis aí outra inverdade que o partido, como de hábito, tenta empurrar goela abaixo do povo brasileiro. Quem trouxe o tema para a campanha foi Dilma Rousseff. A própria. Foi ela quem primeiro tratou do assunto logo nos primeiros dias do período eleitoral.

Vocês se lembram daquela reunião entre a candidata e líderes evangélicos, realizada em Brasília?  Recordam-se que eles, sem que lhes déssemos qualquer procuração, hipotecaram em nosso nome apoio à sua candidatura? Foi no dia 24 de julho, com a presença de diversos expoentes do nosso meio, entre eles Robson Rodovalho e Manoel Ferreira, na sede da Convenção Nacional das Assembleias de Deus de Madureira. Ali, com o propósito de afinar o seu discurso com o pensamento predominante entre os evangélicos, Dilma afirmou: Sou a favor da vida em todas as dimensões e em todos os seus sentidos". Na mesma oportunidade, os líderes esclareceram que a candidata se comprometera a não tomar nenhuma iniciativa sobre temas polêmicos, como o aborto, por exemplo, deixando que fossem discutidos no âmbito do Congresso.

Ou seja, o aborto não veio para a campanha por iniciativa alheia ou como fruto de boatos espalhados na internet. Para receber o propalado apoio, Dilma, ela mesma, repito, deu o ponta-pé inicial e contribuiu para que os eleitores cristãos pesquisassem para ver se a sua história de vida se coadunava com o discurso que ora apresentava a esse segmento do eleitorado. Não é preciso contar o resto, já de amplo domínio público, a não ser realçar que não adianta vender gato por lebre ou achar que os evangélicos não pensam. O sentimento bereiano está aí e, no que depender de mim, farei o que estiver ao meu alcance para que contagie ainda mais o povo cristão e não sejamos massa de manobra na mão de ninguém.

Esse foi um compromisso de fachada, como já discuti noutra postagem. É óbvio que todas as leis são discutidas e aprovadas no âmbito do Congresso. Dilma não fez nada demais com esse acordo fajuto. Com ou sem ele, a essência permanece a mesma. Mas por que teve ela de assumir publicamente essa posição? Simplesmente porque viria a público, no decorrer da campanha, suas outras afirmações devidamente documentadas em apoio à descriminalização do aborto. Simplesmente porque líderes evangélicos que faziam suas campanhas como candidatos apoiados na tese da defesa da vida desde a concepção tinham de justificar o seu apoio a uma candidata cuja política do governo que a apoia e do partido que a sustenta preconiza tese contrária - a descriminalização do aborto -  a que eles defendem (ou defendiam?). Com a declaração da Dilma, podiam então dizer: "a nossa candidata pensa como nós". Foi isso.

Tal constatação me permite afirmar que é desespero, agora, o PT retirar o item do programa partidário.  É hipocrisia a Dilma sair por aí discursando que sempre foi a favor da vida e contra o aborto, bem como afirmar-se como uma "beata" que frequenta a missa todos os dias. A sua história de vida revela outra realidade.

Definitivamente. Não foram os boatos que trouxeram o aborto para o debate. Foi a Dilma. Para tentar agradar os cristãos, ela mesma derramou o leite. Não venham agora tapear com a história de "Dilminha, paz e amor". Já não funciona.

6 comentários:

Ricardo Mamedes disse...

Caro Pastor Geremias,

O seu post coloca à lume uma prática da política: a dissimulação. Ora, a descriminalização do aborto é uma bandeira do PT, assim como o "combate à heterossexualidade". Aliás, como bem se sabe, essas são bandeiras das esquerdas, grosso modo.

Obviamente que agora, dada a repercussão negativa do fato, o PT, Dilma e cia, se vêem na contingência de mudar a sua "plataforma", suprimindo tais ítens da sua agenda política. A nós cristãos, creio eu, cabe intensificar mesmo o debate, vinculando mais e mais à esquerda marxista autoritária (PT) tais mazelas.

Quanto à "representatividade" desses "luminares" evangélicos junto à candidata robótica, é mesmo uma ofensa aos verdadeiros cristãos. A mim, posso dizer peremptoriamente, eles não representam!

Abraços.

Ricardo.

Carlos Roberto, Pr. disse...

Caro amigo e pastor Geremias Couto,

A Paz do Senhor!

Não há como maquiar a realidade!

Era melhor que a candidata Dilma, assumisse sua verdadeira postura! Se o Brasil como maioria entender assim, fazer o que? Agora, mudar só para ganhar a eleição, só se formos alienados para aceitar tal situação.

Parabéns pelo artigo!

Um grande abraço!

Seu conservo,
Pr. Carlos Roberto

Anônimo disse...

Caro pastor parabéns pela abordagem.

Só falta agora a DILMA dizer que não sabia de nada sobre a descriminalização do aborto, ou pior ainda, assumir que defendeu e dizer que o aborto é o melhor para o Brasil porque sente pena das criancinhas passando fome e nas ruas vitimas do crack... é capaz ainda dela tentar convencer a população que desumano é colocar filho no mundo para sofrer... só falta isso!!!

Meu consolo é saber que o SENHOR tem o controle de todos os reinos do mundo e o dá a quem quer do maior ao mais humilde dos homens.

Além disso, para o SENHOR mudar o coração de um rei (presidente)é tão fácil quanto mudar o curso de um rio...

Então façamos a nossa parte certos de que o Senhor tem o controle de tudo e nada fica oculto aos seus olhos.

Paz!!!

Kátia

Viagem Lisboa e Roma 2023 disse...

Caro Pastor Geremias,

Boa abordagem do assunto. Parabéns.

Agora, afinal, pra não deixar dúvida, o candidato José Serra fará ou não um mandato segundo a Vontade de Deus?

Acho que os pastores evangélicos deveriam fazer campanha pelo SEU candidato, e não contra o oponente. Agora não temos mais a Irmã Marina. Então esta campanha feita pelo senhor e tantos outros pastores só pode ser A FAVOR do Candidato José Serra.

Então, façam campanha pelo Serra, porque caso contrário parecerá sempre uma CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO.

Agora é PT/PMDB/PSB vs PSDB/DEM. O PV já não concorre mais.

A Páz esteja conosco.

Pastor Geremias Couto disse...

Caro Wellington:

Você me faz um pergunta que não tenho condições de responder. Só saberei se foi a vontade de Deus a vitória de Dilma ou de Serra depois de abertas as urnas e apurados os votos.

Quanto a apresentar as fragilidades da candidatura de Dilma não se trata de calúnia ou difamação. Sãos fatos amplamente documentados que precisam chegar ao conhecimento do maior número possível de pessoas.

Abraços!

o menor de todos os menores. disse...

Prezamigo pr. Geremias do Couto,

A paz do Senhor!

É notório que o momento político vivenciado pela sociedade brasileira é do tipo:

Se correr o bicho pega, e se ficar o bicho come!

Sabemos que o Senhor nosso Deus não se importa, qual dos dois será o vencedor, nesta CONTENDA, mas se quisermos escolher o MENOS PIOR, com certeza, escolheremos o segundo candidato José Serra.

Pedimos ao Senhor que apesar das nossas avaliações, seja eleito o que com esforço demonstre menos interesse em sí, e mais à população que possue pelo menos 40%vivendo sem rede de esgotos.

Uma vergonha!

O SEnhor seja contigo, nobre pastor!

O menor de todos.