terça-feira, 22 de abril de 2008

Amor inútil

O amor se torna inútil,
Quando, na forma de verbo,
Perde o objeto direto!


O amor se torna inútil,
Quando, na forma de verbo,
É apenas um predicado!


O amor se torna inútil,
Quando, na forma de verbo,
Se volta para o sujeito!


O amor se torna inútil,
Quando, em forma de sentença,
É apenas uma frase!


O amor se torna inútil,
Quando enche mil páginas
E se esgota no mar das palavras!

O amor se torna inútil,
Quando, sob o ritmo dos vocábulos
Se excusa de amar e corrigir!

Amor desamor,
Amor sem amor,
Amor sem pudor,
Amor sem cor,
Amor indolor.


Maldito esse amor!

Este poema é fruto de um despretensioso comentário meu a um artigo no blog do André Silva sob o mesmo tema. Publico-o porque creio na linguagem contida da poesia como forma de comunicar a mensagem que reverbera em nosso coração.

É apenas uma pausa para refrigério, enquanto outros trabalhos estão saindo do forno!

13 comentários:

Unknown disse...

Caro Mestre Geremias do Couto

Permita-me colocar como "comentário" a este bela poesia, um pequeno post, publicado há pouco tempo em meu blog:

"Conforme profetizado pelo Senhor Jesus (Mt 24.12), o esfriamento progressivo do amor, não se dá por causa de guerra, de luta, de disputa ou de coisas afins. Ele vem da inércia, da apatia e da banalização de coisas que deveriam nos indignar. Isso não só no contexto político-social, mas também no eclesiástico. Situações e atos piores dos que ensejaram a Reforma Protestante — venda de indulgências, justificação pelas obras, venda de terrenos no céu — ocorrem no contexto evangélico e a maioria dos cristãos simplesmente encolhe os ombros e diz: 'É assim mesmo, Jesus disse que haveria essas coisas'.

Essa irresponsável 'justificativa' escusa nossa consciência já acostumada pela omissão, mas não acoberta o nosso cruzamento de braços perante o Senhor. A dívida que temos com aqueles que não se intimidaram diante das adversidades e bradaram contra o uso da piedade como instrumento de manipulação — pagando com a própria vida por defender a fé cristã — é muito grande. Eles não faziam concessões, amavam de fato, não era mero sentimentalismo, por isso falavam a verdade mesmo quando esta destoava totalmente da ordem vigente.

Lamentavelmente, acostumamo-nos a postura passiva e até mesmo covarde em relação aos problemas eclesiásticos da contemporaneidade, pois, afinal de contas, vida cristã ou cristianismo, para muitos, é simplesmente um meio para a realização de seus sonhos individualistas e egoístas. E, como queremos 'casa cheia', logo não podemos nos indispor com ninguém, não é mesmo?

É bem verdade que precisamos restaurar o amor cristão para podermos viver como verdadeiros discípulos de Cristo, alcançando as pessoas com nosso testemunho e amor relacional, mas isto, em hipótese alguma, justifica o evangelho pragmático ou o 'alargamento' da porta. O amor cristão só será restaurado, quando não transigirmos nossa função profética e restauradora. Pois os santos homens de Deus, dizem a verdade, motivados pelo amor que nutrem pelas vidas e não por uma vaidade qualquer.

Muitos, já deixaram de falar a verdade, porque temem perder a posição que alcançaram. Isso mesmo, que 'alcançaram', pois, se fosse dada por Deus, não temeriam, visto que Ele os sustentariam. São como aqueles fariseus que criam em Jesus, mas não declaravam sua fé por medo de serem destituídos de sua glória efêmera, porém, tão sedutora e almejada entre nós (Jo 12.42-43).

Em certo evento que participei como um dos oradores, tive o desprazer de ouvir de um outro palestrante (por sinal, conhecido no Brasil), que eu não iria muito longe pois, 'bato de frente' e, em vez de trazer alegria para o povo, fico 'exortando' e isto, disse-me, 'é coisa do pastor da igreja'.
Essa cumplicidade não é um sentimento derivado do verdadeiro amor cristão, antes, é uma atitude movida simplesmente pelo interesse próprio e espúrio, típico dos falsos profetas (Is 5.20; Ez 13.1-23).

Deus quer que sejamos compromissados com Ele e com a obra e não com nossa autopromoção.
O amor precisa ser demonstrado entre os cristãos, pois, Jesus não profetizou o esfriamento do amor — no sentido de determinar — para que assim fosse, mas, expressou uma constatação do que está acontecendo. Isso significa, que as coisas não precisam necessariamente ser assim — como dizem alguns irresponsáveis — mas, ao contrário, o vaticínio do Senhor deve servir como um alerta e um chamamento à nossa responsabilidade ágapeana.

Possamos preservar nossa indignação diante das mazelas eclesiásticas, sociais, políticas, econômicas e morais deste país, pois, esta atitude, além de ser um resgate de nossa originalidade, fomos criados para amar o bem e odiar o mal (Rm 12.9), trará incontáveis bênçãos sobre a nação, pois, substituirá a omissão pela ação e sentimentalismo por amor de verdade."

Carlos Roberto, Pr. disse...

Caro amigo e Mestre Pr. Geremias do Couto!
Graça e Paz!
Parabéns pela leveza e profundo conteúdo da poesia.
Quem sabe faz ao vivo!

Caro Pr. César Moisés,
Aqueles que dizem que somente o Pastor da Igreja tem que bater de frente, infelizmente são os que iludem o povo com um "evangelho de festa" e quando vão embora, também levam o "fogo" embora.
Desculpem-me a ironia, mas o fogo do Espírito Santo, este sim, não vai embora com o pregador, já está e continua com a Igreja.
Um grande abraço!
Pr. Carlos

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Pastor Geremias!

Parabéns pela bela poesia!

A poesia é o reflexo de um coração apaixonado e devoto. Uns possuem devoção para a malandragem, outros para o erotismo. Porém, uma poesia cristã, retrata a devoção de um coração que está constantemente na presença de Deus.

Deus o abençoe!

Vitor Hugo

Unknown disse...

Caro pastor Carlos Roberto

Tenho lido seus textos e comentários. Inclusive acabo de adquirir o novo Mensageiro da Paz, onde o senhor responde a questão “Por que há demônio que só sai com jejum?”

Pelo que já li e ouvi, temos pensamentos parecidos no tocante aos assuntos basilares da fé cristã. Acerca de seu comentário, não é diferente.

Fui obreiro no estado do Paraná, servindo a Deus, por alguns anos como vice-presidente. Sabemos que a questão de pregadores que promovem “avivamentos” (não seria melhor movimento apoteótico?) à base de “fogo de palha”, é um fato que enferma as igrejas. Enfrentávamos sérios problemas aconselhando os irmãos acerca do perigo de se convidar pessoas que estão na “crista da onda”.

Valendo-se de posturas e práticas nada recomendáveis, a maioria deles, “usam-se” e portam-se como se fossem deuses e proferem mentiras em nome de Deus. Cansei de dizê-los que o verdadeiro avivamento não nasce de uma reunião festiva, mas da operosidade do Espírito Santo, originando quebrantamento, contrição, confissão, arrependimento, conhecimento (da Bíblia) e muitos outros elementos que escapam da discussão agora. Ele não é promovido por um homem nem uma denominação, mas é obra do Espírito de Deus que age, move e transforma a Igreja.

Como disse no comentário, não considero que exortar o povo de Deus seja “bater de frente”, mesmo porque, todas as vezes que uma mensagem dessa natureza foi proferida na Bíblia, a motivação era uma só: restabelecer a comunhão entre o Senhor e o seu povo.

Querido companheiro, acredito que estamos fazendo coro quando, novamente, digo acerca dos que pensam assim: “Essa cumplicidade [o pseudo-amor que eles dizem ter] não é um sentimento derivado do verdadeiro amor cristão, antes, é uma atitude movida simplesmente pelo interesse próprio e espúrio, típico dos falsos profetas (Is 5.20; Ez 13.1-23)”.

Um grande abraço

Paulo Silvano disse...

Caro Pastor Geremias,
Senti-me prestigiado pela manifestação de apreço que esboçou no valioso comentário ao texto que postei no Sinergismo. Parabens pela maestria com que também trabalha a palavra na forma de versos e rima. Admiro os que percorrem as plagas de tão nobre gênero literário. Respeitados os necessários limites, concordo com o "imortal"(mesmo sem o reconhecimento da ABL) Mário Quintana: "a poesia purifica a alma".

Um abraço

Edu Neves disse...

“Procurando o Deus desconhecido.”

http://panoramateologico.blogspot.com

Unknown disse...

Pastor Geremias, a paz do Senhor.

Eis um belo poema. O amor deve ser resgatado biblicamente, como o irmão com mestria faz nesse poema.
Nos tempos de pós-modernidade, o amor está em voga, mas não aquele amor “que tudo sofre, tudo crê, tudo espera”. O amor de hoje não é a expressão Ágape, derramada pelo Espírito Santo em nossos corações, mas sim um “amor” inútil, do politicamente correto, que faz vista grossa aos erros, a mentira e ao engano.
A proclamação da verdade, sendo essa absoluta e bíblica, é uma linda expressão de amor, que muitos cristãos tem esquecido, pois estão ludibriados por um liberalismo ocidental, que nega a verdade.
Maldito esse amor! Esse amor hipócrita, amor politicamente correto, esse amor desamor.
Parabéns.

Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com

Unknown disse...

A paz do Senhor, Pastor Geremias do Couto,

Tê-lo escrevendo é um privilégio para nós, nos intima a releituras e reflexões do nosso ser- estar no mundo, entre as leituras mais teológicas e técnicas ao sublime e profundo sentimento nesse tempo frágil das horas. Para mim, privilégio maior é poder ser lembrado, logo eu que ainda estou amadurencendo na fé e nas letras, é um estímulo a mais para seguir.

Por que o amor pode se tornar inútil?

Na verdade, quando as pessoas começarem a ver o amor pelo avesso, aí sim, degustarão do néctar que só ele tem, pois o mel do amor está simplesmente no fel da vida, lá, somente lá: na cruz pesada, no cotidiano, nas muralhas que se levantam, nas impossibilidades do meio físico, no gole final do cálice amargo é que Jesus nos faz compreender o sabor do amor. Longe disso continuaremnos tropeçando no abainhado das nossas indecisões e tornando inútil o simples e doce amor por ele não ser a prática, mas apenas a teoria, por ele ser o verso sem a melodia, enfim inútil por ser apenas um sino que tine e não a voz que se ergue ao vento mesmo quando o outro, aos olhos de todos, está perdido. Inútil porque são as pedras prontas para matar, quando devia ser a mão para apoiar, mas também inútil não só por isso, mas por tudo isso diante de nossos olhos, na leve contradição de que ao descrer no amor mesmo num tempo de profética frieza, esquecemos que Ele, o maior Amor, O Espírito Santo de Deus habita em nós, logo tal fonte inesgotável por fazer morada em nosso ser não contribuirá para ser inútil o amor diário, apenas o nosso velho homem, nessa dança frenética e descompassada nos leva a tornar inútil tal prática. Esse velho homem a quem inutilmente tentamos ressuscitar.

Um grande abraço,

Em Cristo,
André silva - Carpina - PE
www.olhos30.blogspot.com

daladier.blogspot.com disse...

A poesia é janela
É opção certeira
Luz verdadeira
Paz sentinela

Enleva a mente
Inunda a alma
Preenche com calma
Faz-se temente

Do horizonte belo
Brilho alvissareiro
Sentido altaneiro
Aprimorar anelo

Ao lê-la sinto
Geremias do Couto
Pena de homem douto
O que falo não minto!

Parabéns Pr. Geremias!

Pastor Geremias Couto disse...

Caros:

A manifestação de todos vocês me estimula a compreender que a poesia, como gênero, precisa ser "reabilitada" no meio evangélico como uma excelente forma de comunicar a mensagem.

Mas o Daladier foi longe... Ele revelou todo o seu potencial! Quem sabe não há outros poetas por aí escondidos?

Abraços

daladier.blogspot.com disse...

Que nada meu amado, é só um exercício. Penso que jamais serei um Gióia.

Eunice Moraes da Silva Souza disse...

De onde emana
sacia a alma
seu canto éuniversal
assim,é oamor
um ser imortal

Além da imensidão
Do infinito
contlempo e sinto

Um amor afável inesgotável
Incondicional,assim é o amor
De Deus!!!!!

Eunice Moraes da Silva Souza disse...

pr.Geremias graça e paz passo por aqui para parabeniza-lo pelo lindo poema e deixar um poema que fiz.

De onde emana
Sacia a alma
seu canto é universal
Assim é o amor
Um ser imortal

Além da imensidão
Além do infinito
Fito os olhos
E sinto um amor afavél
Um amor inesgotável

Eis o grande amor
Incomparável amor
Amor incondicional
O amor de Deus!!!!
Criador e criatura


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