quarta-feira, 20 de junho de 2007

A ditadura do relativismo

Obs. Este artigo, de minha autoria, foi originalmente publicado na revista “Enfoque”. Por sua atualidade, trago-o outra vez à luz neste espaço, com algumas adaptações, enquanto estou em processo de finalização das “Lições Bíblicas” para a CPAD.

É bastante complicado, hoje, lidar com questões envolvendo aquilo que é certo ou errado. O predomínio do multiculturalismo e da pluralidade religiosa em seu aspecto mais nefasto, que nada mais são do que instrumentos da pasteurização do pensamento, contribui de forma significativa para que cada um estabeleça a sua verdade particular sem levar em conta princípios universais, “que valem para todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares”.

Vive-se, por isso, a ditadura do relativismo. A tolerância não é simplesmente sinônimo de respeito às diferentes formas de pensar, mas a arma empregada para constranger àqueles que crêem que nem tudo é relativo. Em outras palavras, ao menor sinal de que uma determinada verdade pode ter caráter universal, logo aparecem, em número bastante expressivo, por sinal, os que querem relativizá-la.

“Trata-se de opção pessoal”, afirmam. “Nem tudo o que é errado para alguns, o é para outros”, acrescentam. Com essa conversa até bem articulada, vão minando as resistências e impondo um tipo de comportamento em que se torna politicamente incorreto falar da observância de princípios que jamais se alteram e abrangem a todos. A simples manifestação de idéias contrárias a avalanche relativista é execrada diante da opinião pública. Querem tirar-nos o direito de pensar e de divergir do que os outros pensam.

Sei que essa discussão dá panos para mangas. Desde a Grécia antiga os filósofos se debatem em busca da verdade. A Bíblia, por seu turno, registra a célebre pergunta de Pilatos: “Que é a verdade?”. Estou consciente de que um dilema milenar como este não se resume em algumas poucas linhas e não comporta qualquer simplificação. Mas a própria perquirição do homem ao longo dos séculos é testemunho eficaz de que ele admite - mesmo negando - a existência da verdade suprema que resulta em verdades universais.

O artigo “Saudades de Deus”, de autoria de uma advogada que se identificou como atéia e agnóstica, publicado há alguns anos em “O Globo”, jornal de circulação nacional, é a confissão do fato. Apesar de seu ceticismo, ela reconhece, em suma, que as mazelas do mundo são a triste conseqüência que a sociedade trouxe sobre si ao tentar excluir Deus de sua história. Quero ressaltar, mais uma vez, que isso não foi dito por um pastor, padre ou rabino, mas por alguém declaradamente ateu.

Em última análise, a perda progressiva desse referencial supremo - a verdade absoluta - conduz às verdades particulares, e não universais, que a si mesmas se sobrepõem e a tudo relativizam. Embora haja no íntimo, como no caso da advogada mencionada, algum traço de reconhecimento de que sem essa ordem estabelecida em bases universais por esse Ser Superior, a quem a Bíblia identifica como Deus, só resta o caos.

Não quero insinuar que não haja espaço no mundo para as coisas relativas. A diversidade é marca proeminente da própria criação. Não há dois seres iguais. Gostos, vontades e propósitos diferem de uma para outra pessoa. Escrevi no blog de Norma Braga, em comentário sobre o artigo “Deixados no vácuo”, que “se Deus fizesse a todos iguais, como seria monótono o mundo!” Mas até nisso fica transparente o princípio da verdade absoluta, que, de forma soberana, permite ao homem ser diferente e lhe dá a responsabilidade de decidir o que deseja.

Assim, quando questiono a ditadura do relativismo não quero negar a diversidade. Proponho apenas afirmar que nenhuma verdade sobrevive universalmente se não estiver ajustada ao princípio da verdade absoluta. Não é simplesmente o que o homem pensa ou quer, mesmo que isso lhe seja um direito inalienável assegurado pelo Supremo Bem. É saber, aí sim, se o que ele pensa ou quer tem coerência com os princípios que procedem de Deus.

Em se tratando da revelação bíblica prevalece a mesma lógica. Extrair uma verdade escriturística e lhe dar cor extrema, isolada de seu contexto, é transformá-la na mais deslavada mentira. Tome-se como exemplo a doutrina da expiação. Não há nenhuma dúvida para a fé cristã de que, em Cristo, todos os pecados - passados, presentes e futuros - foram expiados. É uma verdade universal. Mas daí a usar essa verdade como subterfúgio para continuar pecando é negar a própria eficácia da expiação. É dar-lhe caráter particular, deixando de reconhecer que ela sobrevive no contexto de outras verdades bíblicas e universais, como a doutrina da santificação, apenas para citar.

Como o meu espaço está terminando, vamos então direto ao ponto: É possível, sim, à luz da verdade absoluta, estabelecer verdades universais que sirvam de parâmetros precisos para se lidar com aquilo que é certo ou errado não só para uma pessoa, mas para todos. Quer você queira quer não, há coisas que são erradas tanto para você quanto para mim. E há também coisas certas. O resto se resume na falência que hoje desgraça o mundo por falta dessa compreensão.

PS. Este artigo foi originalmente publicado antes de eu conhecer o livro “Verdade Absoluta”, de Nancy Pearcey. Alinho-me às teses ali defendidas. Mas cito o fato apenas como testemunho de que o Espírito Santo vem “soprando” em vários lugares, ao mesmo tempo, trazendo luz sobre a verdade de Deus.

18 comentários:

Unknown disse...

Caro Pastor Geremias do Couto

O excelente post, mui apropriadamente intitulado "A Ditadura do relativismo", retrata todas as nuances e matizes do espírito relativista (e seus efeitos) que impera na pós-modernidade.

A exclusão de princípios basilares ou de um padrão absoluto que sempre marcou a humanidade, gerou o que Schaeffer chama de "Salto", estabelecendo a "linha do desespero" que dicotomiza - ilegitimamente, pois só funciona no imaginário, mas é inexeqüível de fato - a realidade.

A sociedade, volta e meia, "cai em si" e percebe que não dá para conviver com o relativismo - principalmente em questões axiológicas ou morais -, pois, como disse Charles Colson, ninguém ficaria tranquilo em deixar seu filho brincar no jardim se soubesse que o vizinho (que não acredita em certo/errado) é existencialista e sente-se atraído por crianças.

Faço coro com o seu pensamento e o defendo na esperança de cumprirmos nossas funções essenciais de "sal da terra e luz do mundo".

Ótima discussão!

Big abraço

Unknown disse...

A paz do Senhor, Pastor Geremias
Em primeiro lugar, foi um prazer conhecê-lo no congresso.

Penso que o relativismo em si traz suas verdades absolutas:
1. Tudo que está acontecendo, por mais relativo que seja, está se cumprindo através da verdade bíblica absoluta de que teríamos tempos difícies de manejar entre outras
2. Os pensadores dessa filosofia, acabaram criando uma verdade absoluta em dizer que a verdade é relativa.
Nessa direção, o que resta aos servos do Senhor é cumprir o seu papel no tempo e no espaço enquanto luz desse mundo sem medo, semeando verdades universais e pondo em prática a eficácia delas; porque "a verdade acontece no caminho e na vida e não poupará a ninguém de fazer o caminho, acaso alguém queira encontrá-la", a verdade desse mundo sem Jesus prova apenas que não somos nada e se na minha verdade não existe os ensinos de Jesus, eu posso ser tudo e ter tudo, posso até caminhar com Ele, na casa dEle, mas essa verdade me provará o quanto ela é relativa, sem força e inútil. (parafraseando REv. Caio Fábio)

Um forte abraço,espero reencontrá-lo em alguma conferência, congresso ou na igreja a qual senhor pastoreia quando Deus me oportunizar.
André Silva - Carpina - PE

Victor Leonardo Barbosa disse...

excelente artigo pastor Geremias..
há algumas semanas atrás eu escrevi um artigo semlhante intitulado o novo relativsimo cristão.
O pior é quado vemos tais coisas dentro da igreja!!!
Abraços
Victor

Unknown disse...

Muito bom esse artigo!
Pastor Geremias do Couto, ainda vão lançar o seu livro que foi anunciado no final de 2005: "a fé cristã e a razão"?
Sei que será um livro interessante, pois é escrito por um brasileiro, e que tem conhecimento sobre o assunto, pois foi o editor brasileiro do livro "E agora como viveremos?"
Estamos esperando essa obra!

Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com

Carlos Roberto, Pr. disse...

Olá Pastor Geremias!
Faço coro contigo, assinando em conjunto suas palavras!

Pastor Geremias Couto disse...

Aos amigos:

Muito obrigado, André, pela sua participação, aludindo ao fato de que quando nos querem impor a "verdade" do relativismo trata-se de um bom argumento em favor da existência da verdade absoluta.

É óbvio que, como você disse, a tendência da relativização se acentuará cada vez mais neste mundo vil, no entanto devemos permanecer firmes em nossas trincheiras, defendendo aquilo que cremos e "morrendo" pela verdade de Deus.

Ao César Moisés, companheiro de todas as horas, por trazer à tona o fato de que o mundo quer viver à sombra do relativismo, mas ninguém tem coragem de deixar seus filhos com um estuprador.

Ainda ontem isto ficou claro no "debate" entre as "meninas do Jô", adeptas, por um lado, da "tolerância relativista", mas ao mesmo tempo reconhecendo que a ausência de limites é a agonia do caos.

Ao Vitor Leonardo, pelas suas preocupações com o relativismo cristão. Essa é uma questão muito séria! Em nome da diversidade cristã não compreendida em sua natureza bíblica se cometem os maiores absurdos, onde a fé vai para o ralo para dar lugar a uma religiosidade de matizes coloridas e "psicodélicas" (o termo está meio em desuso!). O pastor Ciro Zibordi é especialista nessa matéria!

Ao Gutierres, tenho o prazer de lhe informar que o livro brevemente será publicado depois de um longo e doloroso "parto" para o autor. Espero que essa demora compense para os leitores.

Finalmente, um abraço ao Carlos Roberto, que viu a morte de perto, mas Deus preservou a sua vida e ele continua entre nós para nos brindar com sua inteligência e lucidez nas questões do Reino de Deus.

Já estou de volta ao Brasil e em fase de conclusão das últimas lições para a CPAD. Orem por mim. Espero postar novos comentários em meu blog na próxima semana.

Deus abençoe a vocês e aqueles que me dão a honra de sua visita todos os dias para acompanhar o que estamos dizendo. Espero que tenha valido a pena!

28 de Junho de 2007 13:27

Unknown disse...

Caro Pastor Geremias do Couto

Um bem-vindo do "discípulo" tupiniquim.

Esperamos mais um de seus textos elucidativos.

Passe pela "Casa" para tomarmos um café e falarmos sobre sua viagem.

Big abraço

Eliseu Antonio Gomes disse...

Relativizar...

A realidade é que a verdade se constitui por fatos; para cada verdade existe um fato relacionado. E sendo que um fato é único, é impossível haver duas verdades sobre ele.

A minha realidade deste instante é que estou digitando e vocês lendo. Outra versão sobre esses fatos serão mentiras, porque é impossível relativisar essa verdade.

Glórias a Deus porque Jesus Cristo é a nossa Verdade!

Carlos Roberto, Pr. disse...

Olá Pastor Geremias!
Seja bem vindo a terra do Pau Brasil!
Como Jesus ainda não aceitou meu ingresso nas mansões celestiais, virei profeta Zagalo: Vão ter que continuar me engolindo na terra!
Bom trabalho nas Lições Bíblicas!
Espero encobtrarmo-nos em breve!

Pastor Geremias Couto disse...

Caros Altair, César Moisés, Eliseu e Carlos Roberto:

A verdade é única. As percepções dela é que podem sofrer a influência do meio, no entanto jamais alterá-la. Alguns a apreendem "in totum", outros a percebem apenas em ângulos superficiais por não aplicarem-se ao exercício mais aprofundado da razão. Todavia, a verdade em si mesma subsiste, sem interferências de qualquer ordem, apesar de toda pressão do relativismo contra ela.

Cá estamos, em nossa querida "terra brasilis", para continuar a nossa missão em defesa da verdade ao lado de companheiros que pensam da mesma forma.

Um abraço a vocês.

Anônimo disse...

Pastor Geremias Couto

Estou sedento e faminto, não vejo a hora de novo pão e água fresca, direto do céu.
Eu oro para que esteja com novidades celestiais.
Todos os dias entro aqui para encontrar as novidades.
A paz do Senhor

Pastor Geremias Couto disse...

Caro Marcio Stanger:

Obrigado pelo post e o interesse em novos comentários. Isto muito me honra e estimula a continuar à disposição de Deus nesta tarefa de proclamar as suas verdades.

Com certeza, não demorará muito para que tenhamos aqui uma mova contribuição. Estou, por ora, concluindo as últimas lições para a revista da CPAD para a Escola Dominical. Assim que terminar, e será nos próximos dois dias, estarei aqui de volta.

Continuemos em oração.

Unknown disse...

Caro Pastor Geremiasdo Couto

Desde os primeiros posts - "Eu respeito o papa" - a questão do catolicismo havia sido fechada, entretanto, acredito que merece agora uma nova consideração.

Aguardamos ansiosos o seu pronunciamento.

Um abraço

Esdras Costa Bentho disse...

Lembremos que o projeto politico da Modernidade defini-se como a intituição do Estado de direito, que destrói e substitui as formas autoritárias e direta ou indiretamente teocráticas e afirma superlativamente a liberdade humana. É, em suas sucessivas definições, um projeto democrático que caminha em diversas direções, seja constitucional seja institucional e educacional. O relativismo, no que resguarda o Estado de direito, é a lógica e a tônica do discurso pós-moderno. Acredito que podermos combatê-lo, mas jamais ele será eliminado. Portanto, deve ser contestado segundo a ótica bíblica e de acordo com os pressuposto do espírito crítico. O relativismo é, e nunca nos esqueçamos disso, um logro do racionnalismo.
Esdras Costa Bentho

Pastor Geremias Couto disse...

Caros César e Esdras:

Acompanhei as notícias sobre Roma. Não é de estranhar. Ficarão desalentados os ecumenistas, que ficavam prosa e cheios de empáfia com a suposta "abertura" da Igreja Católica. Agora estão vendo o engodo. Bem fez a Igreja Metodista, que abriu os olhos e rompeu todos os laços com as instituições ecumênicas.

Quanto ao relativismo, caro Esdras, é uma boa discussão. Acredito, como você, que ele jamais será eliminado. Quem produziu a sua primeira sistematização foi o próprio diabo, no Éden. Hoje, predomina em todos os níveis da esfera pública.

No entanto, não podemos permitir que essa visão tolha o nosso comportamento, permitindo que a teoria do pavimento de cima e do pavimento de baixo, que começou lá atrás, com o iluminismo, coloque-nos na defensiva como se a verdade fosse assunto de religião, sem nenhuma interferência na vida diária, para ser tratada apenas no pavimento de cima, onde, segundo essa teoria. deveriam ficar confinados os valores.

Vale lembrar que a verdade, no campo do saber humano, sempre será a verdade de Deus. Assim, precisamos desenvolver a capacidade de argumentar em favor da verdade usando também as ferramentas da razão e do conhecimento.

Foi assim que Nancy Percey converteu-se a Cristo, como escreveu em "Verdade Absoluta". Ela parou em L'abri à procura da verdade, foi intelectualmente convencida pelos fortes argumentos de Shaeffer e chegou à conclusão de que a cosmovisão cristã é a única que oferece resposta consistente e lógica às grandes perguntas da vida. Foi o passo que faltava para aceitar a Revelação.

Não estamos sós nessa estratégia. Paulo seguiu a mesma linha no Areópago, onde discutiu não só a religiosidade grega, mas certamente usou as ferramentas das escolas filosóficas da época para mostrar aos atenienses a grandeza do "Deus desconhecido".

Os princípios da cosmovisão cristã fazem sentido, sim, para a vida integral do indivíduo, não apenas para a vida religiosa. Creio que podemos caminhar por aí. Quero ouvi-lo um pouco mais.

Um abraço.

Anônimo disse...

“ Se você somente tiver amor pela sua própria raça
Então você apenas deixa espaço para a descriminação
E discriminar gera somente ódio
E quando você odeia então você está impelido a ficar irado, sim
Maldade é o que você demonstra
E é exatamente assim que os raivosos trabalham e agem


Pessoas matando, pessoas morrendo
Crianças feridas e você pode ouvi-las chorando
Você pode praticar o que você prega?
E mudar sua personalidade Pai, pai, pai nos ajude
Nos mande alguma orientação do céu
Porque as pessoas me tem, elas me tem questionado

Onde esta o amor? (Amor) Onde está o amor? ( O amor)
Onde está o amor? (O amor) Onde está o amor O amor, o amor ...

Isso não é apenas o mesmo, sempre está mudando
Nossos dias estão estranhos, o mundo está estranho
Se amor e paz são tão fortes
Porque as peças do amor não se encaixam? ...

Então eu poderia perguntar a mim mesmo, o que realmente está errado?
Neste mundo que nos vivemos as pessoas reprimem o altruísmo
Tomando decisões erradas, apenas visando seus lucros
Não respeitando o próximo, negando seu irmão
A guerra está acontecendo, mas as razões são secretas...

A verdade é mantida em segredo, varrida pra debaixo do tapete
Se você não conhece a verdade, então você não conhece o amor ...

Eu sinto o peso do mundo em meu ombro
Estou ficando tão velho, todos vocês, pessoas frias
Muitos de nós apenas preocupados em fazer dinheiro
O egoísmo nos faz seguir nosso próprio caminho
Informações erradas são sempre mostradas pela mídia
Imagens negativas são os critérios principais
Infectando rapidamente jovens mentes como bactéria
Crianças agem como o que vêem no cinema
O que quer que tenha acontecido com os valores da humanidade

O que quer que tenha acontecido com a justiça para com a igualdade em vez de espalhar amor, nós espalhamos hostilidade

A falta da compreensão, conduzindo vidas afastadas da união
Esta é a razão pela qual as vezes me sinto pra baixo
Esta é a razão pela qual as vezes me sinto desanimado
Não é de se admirar porque as vezes me sinto pra baixo...

Manterei minha fé viva para o amor ...”

Trechos da música - Where Is The Love? (Onde está o amor?) - Grupo: The Black Eyed Peas

Pastor Geremias Couto disse...

Caro Gary Elder:

A respeito do amor, transcrevo comentário que fiz no blog "O Tempora, O Mores!", que resume o que penso sobre o assunto.

"É muito fácil usar o amor como o 'grande guarda-chuva' para tolerar toda espécie de comportamento reprovável. Em nome do amor, pais deixam de impor limites aos filhos, a disciplina eclesiástica (no sentido preventivo ou corretivo, é óbvio!) fica esquecida nas prateleiras e as pessoas ficam liberadas para fazer o que bem entenderem.

"Em nome do amor, não mais se pode pregar contra o pecado, nem mesmo discordar de práticas impróprias para o ambiente cristão, familiar e social. Em nome do amor, tudo é permitido, nada condenado!

"Em nome do amor, muitas vozes se calam, para fingir não verem o perigo, enquanto o barco afunda, não ao som de "Mais perto quero estar", mas sob o efeito alienante do refrão de mau gosto (pelo menos, para mim) do sucesso sertanejo: 'É o amor'. É exatamente assim que se encontram muitos indivíduos, famílias e igrejas. Tudo em nome do amor!

O amor bíblico - o verdadeiro - corrige, alerta, adverte, disciplina, aponta o caminho, estabelece limites, expõe o erro, e aí, sim, esforça-se para trazer a pessoa de volta ao propósito para o qual foi criada, se ela estiver disposta a reverter (ou arrepender-se, como diz a Bíblia) a sua rota. Se não, o amor permanecerá inalterado, mas o filho continuará pródigo comendo a comida dos porcos. Por sua decisão. Não pela falta do amor!

O amor não é compactuação com o que está errado, nem a negação da verdade. É a presença honesta da fé que, em amor (perdoe-me a redundância), põe-se à disposição do próximo para ajudá-lo a subir as escarpas do abismo em que se encontra. Não para permanecer lá!

Amemos, mas continuemos com a nossa responsabilidade profética e co-beligerante contra o estado de coisas que aí está. Amemos, mas tenhamos claro que se as nossas bocas ficarem "humildemente" fechadas, o quadro fétido que domina o mundo ficará ainda pior, com a contribuição do nosso sal insípido e imprestável.

Amemos, mas não temamos os nabucodonosores que profanam o nome do Senhor, os herodes que cometem infanticídio e os que nos querem impor o pensamento sodomizado como norma de vida!

"Amemos, mas segundo a Palavra de Deus!"

Anônimo disse...

Caro pastor Geremeias

Obrigado por suas palavras. Concordo com elas.

Como vê a letra que expús é de um conjunto secular. E entre eles e o senhor, escolho seu modo de pensar.

Abraço.