sábado, 26 de maio de 2007

A Bíblia ou os livros? (parte III)

Retomo ao tema, interrompido em razão da necessidade de tratar também da visita de Bento XVI ao Brasil. Na parte II, minha discussão teve como foco os autores, para, nesta seqüência, discutir agora com os leitores evangélicos que procedimentos são mais apropriados na hora de selecionar suas leituras.

Devo, de antemão, estabelecer que não sou adepto do Index Librorum Prohibitorum e rechaço qualquer hipótese de se criar alguma coisa parecida. Não é pela imposição da censura que se aprimorará a qualidade do que se lê. Ao contrário, ela é, via regra, instrumento de opressão para restringir o acesso ao conhecimento, como tentou fazer a igreja romana com a sua lista de livros proibidos, no período do obscurantismo, sob o argumento de que tinha de “zelar” pela vida espiritual de seus fiéis. Não é por aí que se chegará a esse objetivo, como já foi provado. Fica, portanto, esclarecida a minha posição.

No entanto, acredito que, na qualidade de leitores, sem que seja por causa de qualquer pressão legalista e impositiva, precisamos tomar algumas precauções sobre aquilo que estamos lendo, pois há muito “lixo” sendo vendido em muitas livrarias evangélicas como se fosse o supra-sumo da literatura evangélica. São livros que não prestam (esse é o termo), mas têm forte apelo comercial, na linguagem dos marqueteiros, e lá estão como chamariz para as pessoas pouco acostumadas com o rigor da interpretação e com pouca ou nenhuma base bíblica para avaliar o conteúdo de uma obra.

O bom leitor há de considerar, primeiro, que não é simplesmente um colecionador de livros para formar uma vistosa biblioteca, ou para se agarrar a alguma nova onda, mas alguém que busca crescer em conhecimento para melhor exercer o ofício da própria vida. O livro é, para ele, uma ferramenta de indispensável valor para que seja tratado como algumas mal traçadas linhas que nada dizem ou como produto para ocupar espaço nas prateleiras. As escolhas, portanto, devem ser bem feitas até porque, por mais que seja um ledor voraz, não conseguirá ler tudo que chega ao mercado, mesmo que viva 100 anos!

Isso implica em que nós, leitores, sejamos seletivos e estabeleçamos prioridades, sem cair no canto da sereia do que se nos oferece pela via da publicidade nem sempre honesta. Falo por experiência, pois fui um consumidor contumaz de livros por muito tempo. Gastava boa parte do meu salário em livrarias. Adquiria tudo que via, e se alguma coisa tinha de deixar para trás, era com muita dor no coração. Quase uma compulsão. No entanto, muito do que comprei ainda não li (e não sei se terei tempo para ler) por não ter sido seletivo em conseqüência da falta de prioridade. Hoje, minha relação com os livros é outra. Adquiro apenas o necessário, procuro fazer boas escolhas e considero as minhas prioridades na hora da compra. Não saio por aí gastando com obras de pouco lustre que nada me acrescentarão.

Acredito também que o bom leitor há de valorizar as obras densas, perenes, mesmo devocionais, que sobrevivem ao tempo, sem se preocupar tanto com as sazonais, cujo teor se esgota quando o tema sai de pauta, ainda que algumas cumpram algum papel construtivo. Exemplo disso foram os livros escritos para combater as teorias do Código Da Vinci, de Dan Brown, alguns deles meramente comerciais, enquanto outros pouco acrescentaram. Hoje, ninguém mais fala no assunto, a safra já foi consumida, porque outras ondas já o superaram e se encontram nas prateleiras à espera do próximo leitor que só vive de palha. Palha, porém, não alimenta.

Uma boa maneira de se reconhecer uma grande obra, ainda que venhamos a discordar de suas idéias, é saber que ela normalmente pereniza o nome do autor. As pessoas não mais dizem: eu leio a obra de fulano de tal, mas eu leio fulano de tal. Quando, por exemplo, se pronuncia Myer Pearlman, no meio pentecostal, seu nome é automaticamente associado ao grande clássico Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, a primeira teologia sistemática que li ainda quando criança. Abraão de Almeida, por sua vez, sempre será lembrado pelo tratado escatológico Israel, Gogue e o Anticristo, enquanto Antonio Gilberto pelo Manual da Escola Dominical e por ser o editor da edição brasileira da Bíblia de Estudo Pentecostal. E se sairmos dos círculos pentecostais, quem não associa Shaffer à sua trilogia: The God Who Is There, Escape from Reason e He Is There and He Is Not Silent, ou, um pouco mais atrás na história, Calvino às suas Institutas?

Uma regra áurea do mercado é que a demanda determina o tipo de produto que queremos. Enquanto o interesse for consumir lixo, lixo será produzido. Mas a partir do momento em que o enfoque for outro, teremos com certeza mais obras de qualidade à nossa disposição, ainda que uma ou outra editora insista em prosseguir no mesmo rumo. Todavia, a capacidade de provocar mudanças está em nossas mãos, desde que saibamos fazer boas escolhas sobre o que queremos ler.

Convém, por último, reafirmar a nossa fidelidade às Escrituras, pois muitos leitores estão lendo de tudo sobre a Bíblia, mas nenhum pouco do que ela diz. É apenas uma peça decorativa. São especialistas nos mais variados assuntos apresentados pelos autores de sua predileção, alguns com linhas esdrúxulas, mas analfabetos da Palavra de Deus. Esta é a razão pela qual reina essa “anarquia” evangélica, onde tem de tudo, desde elementos da cultura judaica introduzidos no culto até elementos da nova era. Repito, aqui, o título de um dos editoriais que escrevi para o Mensageiro da Paz, quando era Diretor de Publicações da CPAD:

´Primeiro a Bíblia, depois os livros”.

19 comentários:

Anônimo disse...

Caro Pastor Geremias,

Fiquei grato porque na primeira vez que enviei um comentário ao post do seu blog, recebi como final da sua resposta um motivante “Vamos continuar nossa conversa”.
Embalado pelo por pronunciamentos do nobre pastor, tais como: “Disse a ele que sou ’quase’ um calvinista”, no blog da Norma Braga e “entre alinhar-me aos defensores do "teísmo aberto", aos modismos do neopentecostalismo, que mais se aproximam da relativização pós-moderna, prefiro alinhar-me com os conservadores históricos com os quais temos muito mais em comum...”, no blog do Pofessor Augustud Nicodemus, comecei refletir sobre o que seria ser quase calvinista (que para o ‘autentico’ calvinista é risível); Quais pontos da TULIP entrariam ou ficariam fora desse calvinismo light?; Seria esse o mais enxuto dos calvinismos, o de um só ponto, uma vez salvo para sempre?
Fiquei também a pensar no como eu, pentecostal “quase arminiano” (gostaria de encher a boca e me expressar como o Gutierres Siqueira, do Teologia Pentecostal, que professa ser pentecostal arminiano convicto) trataria essas questões contemporâneas como a soteriologia do teismo incompatibilista, a confissão positiva do neopentecostalismo (que para ser menos injusto com o pentecostalismo clássico deveria se chamar pós-pentecostalismo e não neopentecostalismo) e também a relativização da (pós)modernidade, temas muito rabiscados entre os crentes, mas, seguramente, tratados com pouca profundidade, mesmo por muitos daqueles deveriam faze-lo como dever do ofício.
Enquanto fazia ressonância desses temas, visando alargar a reflexão e “continuar nossa conversa”, fui “surpreendido” pelas colocações do professor Nicodemus, no seu post “O Retorno de Pé na Cova” que, segundo o meu juízo, fez generalização injusta, alegando que os pentecostais são os difusores do liberalismo no Brasil.
Presumi que em função de grave declaração deveríamos reverberar o tema na nossa seara, a dos pentecostais, e por isso postei a minha “reclamação” no blog do Pastor Geremias. Para minha surpresa e tristeza, visitando horas depois o “O TEMPORA, O MORES!”, o que faço praticamente desde o seu início, verifiquei que o nobre pastor havia levado a discussão para lá, com extenso texto em que, usando “apenas aquelas ‘regrinhas’ básicas de hermenêutica”, elucidou a minha suposta incompreensão do texto.
Consumou a minha tristeza não o fato do teor da minha constatação tornar conhecido do Professor Augustus e demais freqüentadores do blog dele (não teria o menor constrangimento em dizer o que disse e o que penso diretamente ao professor) e nem o fato de ser questionado na minha postura pelo Pastor Geremias e demais freqüentadores do “MANHÃ COM A BÍBLIA” , pois como disse um antigo futebolista: “Quem sai na chuva é para se queimar”, mas, fiquei incomodado sim, porque fiquei com a nítida sensação que o pastor Geremias exportou a discussão para tentar auferir dividendos a partir do meu comentário.
Como creio que Deus transforma tragédia em benção, fui consolado pelo próprio professor Augustus que reconheceu a possibilidade de ter havido generalização no seu post e adiantou a abertura do seu blog para receber comentários discordantes.
Uma análise senso comum certamente não verá muita ou nenhuma razão para a minha choramingação, mas confesso que acontecimento como esse sedimenta no meu coração a sensação que nós lideres pentecostais sofremos ainda algum tipo de complexo de inferioridade, sintomaticamente decorrente da história do pentecostalismo autóctone brasileiro, frente a secular tradição teológica e cosmovisão dos reformados. Percebo que, depois de anos e anos tratados hostilmente pelo protestantismo histórico como crentes de segunda categoria, queremos nos avizinhar deles pelas vias do afago do nosso quase calvinismo (não é ironia, basta revisar o viés dado a nossa teologia) ao invés de nos firmarmos pela beleza da Teologia Pentecostal.
Enquanto aluno do curso de teologia num seminário de orientação reformada, inúmeras vezes o meu coração foi estocado ao ouvir que os pentecostais não têm teologia. Aprendi assim, diante da sisudez e da racionalidade sorumbática dos teólogos tradicionais, a valorizar a leveza do meu pentecostalismo que, antes de dissecar Deus exegeticamente, prefere relacionar-se com Ele graciosamente e desfrutar do Seu amor.
Fora aspectos teológicos, principalmente os relacionados à soteriologia, nada tenho contra os irmãos reformados, até porque sou amigo de vários deles e sei que fomos beneficiários dos seus labores na primeira hora da existência dos pentecostais em terras brasileiras – podemos lembrar de Adriano Nobre e seu irmão, egressos do presbiterianismo para pregar batismo com o Espírito Santo nas fileiras da nascente Missão de Fé Apostólica, que mais tarde herdaria o nome de AD. Sou ávido leitor de reformados como Eugene Peterson, Ricardo Barbosa e outros, mas prefiro ser pentecostal, cujo escopo teológico necessariamente prescinde do determinismo calvinista.
Caro Pastor Geremias, termino pedindo-lhe perdão se mais uma vez as minhas conclusões inquietam o seu coração. Criado no Evangelho e filho de presbiteriano convertido a fé pentecostal, hoje sou pastor de uma Assembléia de Deus com quatrocentos membros e sei que não devo tratar as minhas palavras como meros solilóquios, porque sei que aquilo que reflito e produzo para o púlpito e outros espaços poderá desencadear efeitos que retumbarão na eternidade das almas que me ouvem.
Portanto, depois do incomodo que provoquei, pretendo definitivamente não infligir ao querido Pastor a necessidade de levar novamente os meus comentários para serem discutidos em outro espaço. Não mais comentarei no seu blog e, se permitido for, limitar-me-ei apenas a dar uma olhadela no que nele está ecoando. Tentarei expor a minha opinião, quando achar conveniente, a partir de outros espaços ou, quem sabe, de um futuro blog a ser moderado por mim.

Um abraço fraterno
Paulo Silvano Cardoso

Pastor Geremias Couto disse...

Caro pastor Silvano:

Fique despreocupado. Suas palavras não inquietam o meu coração. Ao contrário, me permitem refletir para chegar à triste conclusão sobre o quanto, ainda, carregamos em nosso coração resquícios desse complexo de inferioridade mencionado em seu post. Sim, por que só sob essa perspectiva posso compreender a nossa incapacidade de dialogar com os nossos irmãos calvinistas, ou mesmo de outra vertente, olhando apenas o passado, e não reconhecendo que temos mais pontos em comum do que divergentes. Mas também agora lhe compreendo: o irmão veio de lá e criou naturalmente resistências ao meio de onde saiu. Mas parece que nutre, contrariado, a síndrome da perda por freqüentemente visitar sites calvinistas, como o do prof. Augustus Nicodemus, sem, contudo, expor ali a sua opinião. Será que os conceitos do calvinismo ainda maartelam em sua mente?

Por outro lado, como o irmão bem sabe, até porque concordou de antemão com o comentário que fiz ao seu post (não lhe foi uma surpresa, como quis dar a entender. Se não se lembra, é só dar uma nova olhadela no que escreveu nos comentários inseridos no artigo anterior), levei a discussão para o blog do prof. Augustus Nicodemus por uma questão de justiça. Simplesmente o assunto estava sendo discutido lá, não aqui. Meu tópico neste blog era outro, como é outro agora, mas todas as vezes em que o irmão aqui entrou foi para discutir temas tratados lá, sem se reportar aos assuntos por mim aqui desenvolvidos. Nenhuma vez sequer o irmão fez menção ao que escrevi. Até mesmo agora, nesta sua última postagem.

Lembro-me perfeitamente, repito, de ter-lhe dito que eu seria desonesto e não acadêmico ao tecer considerações em cima de um parágrafo isolado, como o irmão postou em meu tópico, e que analisaria todo o artigo do prof. Augustus Nicodemus, de maneira completa, lá no blog dele, onde o irmão deveria com toda liberdade postar também os seus posts discordantes quanto ao tema por ele proposto. E o irmão concordou comigo “plenamente”, reitere-se mais uma vez, alegando que não quis trazer todo o texto dele para cá por tratar-se de uma longa postagem. Portanto, eu é que me surpreendo pelo irmão deixar transparecer a idéia, de maneira subliminar, de que agi de má-fé (pelo menos, foi o que me pareceu). Fica a impressão de que houve uma intenção velada de me desacreditar.

Acredito ter agido com lisura em toda essa discussão. É tanto que jamais moderei aqui os comentários seus (como o irmão deixou subentendido que fará com as postagens em seu blog se, porventura, vir a criá-lo), os quais foram e continuarão sendo postados livremente, desde que respeitosos e produtivos ao debate. Nenhum de seus posts foi aqui excluído, o irmão é testemunha disso. Mas se o amado se sentiu ofendido, peço-lhe desculpas. Esse não foi o meu propósito. Por mais que busquemos ser claros, nem sempre somos bem compreendidos.

No entanto, é direito meu querer que os debatedores que aqui se manifestam (afinal, este espaço me pertence) restrinjam os seus comentários às minhas teses, e não tragam para cá temas tratados em outros blogs, sem que os seus responsáveis tenham a oportunidade de se manifestar. Não é justo nem correto fazer comentários acerca dos seus textos aqui, quando posso livremente interagir com eles onde estão. A não ser que queiram comentar algum tópico de minha lavra no meu espaço.

Admirei também a humildade do prof. Augustus Nicodemus em pedir-lhe desculpas pela possibilidade de ele ter expressado uma generalização injusta. Isso é próprio das pessoas que refletem e são sinceras. Mas também agradeço a ele por ter considerado justa a defesa que fiz do artigo que escreveu, fato que o irmão (talvez, involuntariamente) esqueceu de mencionar. É o vício de citar apenas a parte que interessa. Por conseguinte, como o prof. Augustus "abriu espaço" para vozes discordantes, quando lhe afirmei em minha postagem que não hesitaria em divergir dele quando assim o entendesse, porque o irmão não aproveita para expor ali as suas reflexões quanto ao que ele escreve e até mesmo alguma discordância? Fica mais fácil e sem qualquer triangulação. Pelo que entendi, o irmão freqüenta o seu blog desde o início.

Em relação ao fato de o irmão trazer novamente à tona, de maneira isolada, como sempre, e não ponto a ponto, algumas frases minhas postadas nos blogs de Norma Braga e do Augustus Nicodemus, bem como em meu comentário anterior, não me reportarei a elas por já as ter explicado de forma bem clara em posts anteriores. Outros que me lêem, sintam-se livres para investigar. Mas se o amado se considera "um quase arminiano" (palavras suas) e eu "quase um calvinista", acho que estamos esbarrando um no outro, na mesma via, pois, volto a repetir, assim como não podemos abrir mão de certas verdades só porque são tratadas com mais ênfase no calvinismo, também tenho plena certeza que os calvinistas reconhecem certas verdades no arminianismo, entre elas a responsabilidade humana.

Por fim. lamento que o irmão não queira mais, daqui por diante, fazer qualquer comentário em meu blog, contentando-se apenas a olhar o seu conteúdo. De minha parte, fique à vontade. As portas permanecerão abertas. O irmão será sempre bem-vindo, desde que comente o assunto que eu esteja tratando e, reitero, não os de outros blogs. Prometo-lhe, porém, que brevemente produzirei aqui alguma coisa ligada à cosmovisão cristã, ao design inteligente, à fé reformada etc., e aí, sim, caso queira, traga para cá toda a sua bagagem para enriquecer o debate.

Ah... quanto à insinuação de que transportei os seus comentários para o blog do prof. Augustus com o propósito de auferir dividendos, é algo que não condiz com a minha história. Isso basta.

Por fim, que maravilha nos relacionarmos com o Todo-poderoso, o soberano Criador do Universo, que nos permite também a oportunidade de conhecê-lo mediante o estudo das Escrituras - que não é nada mais nada menos do que fazer teologia. Como o irmão faz. Como eu faço. Como fazem os calvinistas, nossos irmãos em Cristo, e os de outras vertentes. Ao final, o que conseguimos decifrar de tudo isso são apenas algumas pouquíssimas linhas das orlas dos vestidos de Deus, para tomar emprestada uma frase de Jó. Mas já nos dão um vigoroso vislumbre da glória que nos espera no céu, sejamos calvinistas, sejamos arminianos.

Que Deus abençoe abundantemente o amado.

Obs. Mais uma vez, não se preocupe. O meu coração está em paz.

Anônimo disse...

Pr Geremias do Couto

Sou um desses quase-compulsivos leitores, que preza pela leitura e com frequência adquire novos lançamentos.

Uma das minhas técnicas de escolha de um livro, quando o autor ainda não possui uma bibliografia e é totalmente desconhecido para mim, é guiar-me pelo selo da editora e também considerar as palavras de quem assina a "orelha" da obra.

Entre as editoras evangélicas, gosto dos livros da CPAD, Editora Mundo Cristão, Vida ( está em fase de transição na alta cúpula e refiro-me aos livros anteriores a essa data), Betânia, Vida Nova, e algumas outras.

Gostaria de encontrar uma continuidade aos artigos sobre leituras de livros e da Bíblia, tratando das peculiaridades das versões dela, que encontramos no idioma de Camões. Existe um preconceito e ao mesmo tempo endeusamento da ARC E ARA, como se elas fossem a própria Palavra, sendo que nada mais são do que versões revistas, corrigidas e atualizadas.

Fica essa sugestão...

Unknown disse...

Caro Pastor Geremias do Couto

É triste a realidade, também presente no público ledor, com o conhecimento - como disse Charles Colson - "algodão doce".

Literaturas, ou mesmo tratados, "fast-food" que nada acrescentam, e que só fazem as pessoas tresler, acabam provocando somente um inchaço de mente - típico da "educação bancária", como diria Paulo Freire -, e nada mais.

É incrível como - a exemplo do que ocorreu na música evangélica e no ministério da Palavra - se proliferam textos pueris e não maturados e, alguns (valha-me Deus!) ilógicos, incoerentes e até antibíblicos!

Fica aqui um pedido: além da lista em que o senhor sugere alguns livros, acrescente um post com as áreas e as obras pertinentes, para que possamos beber das águas puras e límpidas de seu seleto acervo.

Um grande abraço

Unknown disse...

A paz do Senhor, pastor Geremias

Enquanto profissional da educação, tenho deixado nas tantas salas de aula em que passo uma pequena contribuição em relação à leitura e me preocupo sobre o que meus alunos andam lendo.
Nesse caso, é bom saber que ninguém é leitor se antes não conhece o mundo a sua volta, se não for capaz de detectar aquelas manobras ideológicas que tentam forçá-lo a permancer na alienação, até porque, ler não é juntar sílabas e soletrar, antes é ter um conhecimento prévio do mundo que o cerca.
Então, porque uma grande parcela escolhe os livros e não Bíblia e já leram de tudo menos a Bíblia?
Se fizermos um levantamento, observaremos o seguinte:
1. Empregnou-se uma cultura geral de que o texto Bíblico é de dícil acesso, enfadonho e desatualizado.

2. Há um ataque cultural da filosofia relativa e pós - moderna por colocar em xeque a veracidade da Bíblia equanto regra de fé e prática.

Logo, os leitores ainda que ávidos por conhecimento precisam aprender selecionar melhor suas leituras, tendo em vista as artimanhas do inimigo em querer nos afastar da verdade bíblica.
"Guardei a tua Palavra no meu coração para eu não pecar contra ti"
Ninguém pode guardar um objeto que nem sabe o que é, eis ai a causa - consequência desse tema:
1. Os leitores, por não buscar saber o que Deus requer através da sua Palavra, a Bíblia e sim de outras fontes, correm o risco de não guardá-la.

2. Os não letrados,(analfabetos) podem ser levados por vento de doutrinas se não buscar escutar e aprender através das orientações de seu pastor (homem constituído por Deus)

3. Podemos não guardar mesmo lendo muito, mas sem ter nascido de novo.

Fico triste por uma massa manipulada filosoficamente por alguns detentores do saber. (Rosa ungida, as 7 voltas em Jericó, o copo d'água em cima do rádio, determine agora sua vitória...) Fico triste em ver cultos de vitória e avivamento lotados, quando na Escola Dominical e culto de Doutrina não há uma boa frequência. Ora, "Meu povo erra, por não ter conhecimento"
Qual a nossa missão nisso tudo?

1. Se somos leitores nascidos de novo, pensadores e formadores de opinião, comecemos a ensinar a Palavra de Deus através dela mesma e não apenas o que nos convém.

2. Procuremos ensinar a quem não sabe. Pastores, usem de sua autoridade para ensinar ainda mais de forma eficiente e eficaz.

3. Queridos leitores, se ao nosso redor não houver leitores, ensinemos nossos irmãos a ler no seu amplo sentido, e por que não alfabetizá-los se for o caso, para não sermos vítimas do inchaço sem qualidade em nosso meio.

Tenhamos então, conforme orientou bem o pastor Geremias, a Bíblia como controle de qualidade dos livros os quais estamos lendo, tenhamos como regra de fé e prática, passemos a defendê-la mais nos púlpitos e no nosso viver diário.

Um grande abraço,
Irmão, André Silva - Carpina - Pernambuco

Victor Leonardo Barbosa disse...

Diante de tanta literatura anti cristã como rebecca Brown, Benny Hinn e tantos outros, esse artigo serve como um ponto de partido para a seleção de bons livros. Interessante este artigo. Que Deus continue abençoando-o pastor Geremias.

Obs: olhe só, era eu o anônimo que fiz um comentário no artigo anterior. lhe apresentei o meu blog: http://gqlgeracaoquelamba.blogspot.com/
Eu não sei se o senhor deu olhada no blog, mas cooquei um artigo fazendo uma análise sobre o artigo do Pastor José gonçalves, recentemente publicado na revista obreiro. Também coloquei uma certa critica as revistas da escola dominical. caso o senhor queira dar uma olhada e postar um comentário, visite o blog.
Atenciosamente,
Victor Leonardo

Unknown disse...

Lembro da recomentação do rev. Antônio Gilberto, no "manual de escola dominical". Ele disse que é melhor ter bom livros, do que simplesmente muitos livros.
Infelizmente há muito livros e revistas evangélicas superficiais, fora aqueles livros propagadores de heresias (Bom dia, Espírito Santo; Ele veio libertar os cativos; O nome de Jesus etc.
Nancy Pearcey, ótima escritora, lembra uma recomendação de C.S.Lewis: que deveríamos ler livros antigos. ler livros como do puritano Jown Owen, Marinho Lutero, C.S.Lewis é de grande proveito espiritual.
Precisamos ler mais a bíblia e bom livros, que sejam profundos e ortodoxos!

Carlos Roberto, Pr. disse...

Olá Pastor Geremias!
Parabéns pela série de artigos!
Embora entenda que os leitores mais acostumados, principalmente aqueles que já possuem uma cultura na área literária exijam mais dos livros,das revistas da EBD e periódicos, no entanto, é necessário avaliarmos que, a cultura da leitura ainda não é um ponto forte do nosso povo em geral.
Orientações como as suas são de grande valia para o público em geral.
É necessário realmente um crescimento, porém, em doses homeopáticas, o que no meu entender, o irmão está fazendo com muita sabedoria.
É preciso paciência para que o nível aumente com naturalidade, senão alguns desistem antes do tempo.
Parabéns!

Pastor Geremias Couto disse...

Caros companheiros:

Obrigado pelas manifestações. Tudo quanto aqui se afirma, em cada postagem, contribui para que todos nós, como leitores, possamos aprimorar as nossas escolhas literárias e nos ajudam na disseminação da cultura da leitura entre o nosso povo evangélico, embora os dados disponíveis informem que o percentual dos que lêem entre nós é proporcionalmente maior do que no mundo secular.

Todavia, ainda é pouco se comparado ao número dos que sequer pegam um livro ao menos para olhar. Que os nosso blogs sejam (como estão sendo) uma ferramenta a mais na expansão dessa seara que tão bem faz ao nosso espírito: a boa leitura.

Não podemos correr muito, nessa caminhada, mas também não convém ficar lá atrás, nas águas rasas do conhecimento. Bem disse Carlos Roberto, que, em doses homeopáticas, chegaremos lá, na disseminação desse sadio hábito.

Tratarei disso no próximo e último tópico sobre "A Bíblia ou os livros?"

Anônimo disse...

Olá pastor Geremias. Gostaria de sugerir um tema para debatermos quando achar conveniente: A Bíblia diz que a mulher não pode alcançar o pastorado? A vocação pastoral independe do sexo?

Um abraço.

Pastor Geremias Couto disse...

Caro André:

O tema proposto por você é relevante para os dias atuais e não hesitarei em manifestar, aqui, no tempo oportuno, a minha opinião a respeito. Aguardemos.

Anônimo disse...

Pastor Geremias Couto, a paz do Senhor Jesus!

Gostaria se fosse possível, o senhor relacionar alguns comentários exegéticos que o senhor aconselharia para comprar. Meu e-mail é vitorhugo@fcj.com.br, quando tiver alguma disponibilidade, ficaria muito feliz pela vossa sugestão!

Deus abençoe!

Esdras Costa Bentho disse...

Prezado Pr. Geremias... eu o parabenizo pela excelente reflexão a respeito da ED: "Relembrar, Refletir e Recriar a Escola Dominical". Excepts excipiendis, o tema abordou assuntos hodiernos e necessários à reflexão crítica da ED.
Deixo registrado que as indagações içadas no 5a.Congresso de ED, devem ser repisadas continuamente.
Se desejamos uma ED comprometida com o nosso tempo, é necessário que repensemos a ED não apenas com intuito apologético, mas também capaz de transformar a práxis ainda hoje existente. As EDs de todo o Brasil necessitam de um choque de gestão, cuja administração responda aos dilemas modernos. Muitos superintendentes nunca ouviram falar de PDE - mPlano de Desenvolvimento Escolar -, ou muito menos de Gestão Participativa. É necessário que deixemos a visão clássica de administrar a ED, e abramos nossas mentes e práxis para uma gestão que comporte as atuais esperanças do homem moderno!
Seu irmão em Cristo,
Esdras Costa Bentho

Pastor Geremias Couto disse...

Caros amigos blogueiros:

Tenho estado ausente do blog porque tirei estas duas semanas para dedicar-me exclusivamente à conclusão das lições bíblicas da revista da EBD publicada pela CPAD. Prometo voltar na próxima semana.

Aproveito para informar ao Esdras que de fato o tema tratado por mim em Salvador, BA, permite um amplo debate em nossos blogs sobretudo porque a Escola Dominical equivocadamente tem sido desprezada em muitos segmentos evangélicos para dar lugar ao modelo de "grupos pequenos", quando, na verdade, ela, a Escola Dominical, é também baseada no mesmo modelo, como vimos em minha plenária.

Vamos, mais tarde, tratar do assunto aqui, agregando também a experiência do nosso companheiro César Moises.

Um abraço a todos.

Unknown disse...

Caro Pastor Geremias do Couto

Saudações cristãs aqui das terras puniquins

Estamos sequiosos por mais um de seus relevantes post.

Um big abraço

www.marketingparaescoladominical.blogspot.com

Anônimo disse...

Pr Geremias do Couto

Tomei a liberdade de usar sua foto e fazer menção deste seu site no meu blog.

http://eliseu07.spaces.live.com/blog/cns!877B3002E0F2DF76!1805.entry

Anônimo disse...

Pr Geremias do Couto

Tomei a liberdade de usar sua foto e fazer menção deste seu site no meu blog do MSN.

http://eliseu07.spaces.live.com/blog/cns!877B3002E0F2DF76!1805.entry

Pastor Geremias Couto disse...

Caros Vitor Hugo, César Moisés e Eliseu:

Obrigado pelas considerações.

Ao Vitor Hugo, prometo relacionar aqui, posteriormente, algumas obras que considero de grande valor, na área exegética.

Ao Cësar Moisés, como sempre a minha apreciação por revelar-se um dos novos próceres das lides literárias evangélicas. Saudações de um "tupiniquim" em terras de Tio Sam.

Ao Eliseu, obrigado por citar-me em seu blog e revelar a sua admiração pelo meu "estilo classudo". Não é tanto assim. É exagero da sua bondade.

Pretendo,sim,continuar expondo regularmente as minhas opiniões, como você bem expressou em seu texto, sem as pressões editoriais ou qualquer outro tipo de compromisso que não seja com a Bíblia Sagrada e a minha própria capacidade de pensar. Conto com as suas orações.

Tenho estado ausente, como postei acima, em razão de retirar-me essas duas semanas para concluir as licões bíblicas que venho escrevendo para a CPAD. Já estou chegando ao fim, graças ao bom Deus!

Logo estarei aqui com um novo texto.

Deus abençoe a todos.

ALTAIR GERMANO DA SILVA disse...

Amado companheiro, Paz do Senhor!

Gostei do termo "anarquia" utilizado para expressar o que anda acontecendo no "mercado" (com todas as implicações capitalistas do termo)literário evangélico brasileiro. Tenho um projeto já aprovado pela CPAD (parceira), que dentre outros objetivos, ressalto o da formação de leitores críticos em nossas igrejas. Penso ser uma alternativa interessante diante do quadro tão bem descrito neste post. Uma outra atitude "urgente", que trabalharia contra o "lixo literário" e a favor dos leitores "desavisados" ou "ingênuos", seria o da retirada urgente (faxina) das lojas da nossa CPAD deste tipo de literatura, salvo, se estivermos trabalhando de acordo com a "lógica do mercado"!

Um abraço!